Minicurso Alteridades e Literaturas

Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC

Departamento de Letras e Artes - DLA

Projeto de Extensão Dinamizando o Ensino da Língua Inglesa na UESC

Coordenação geral: Prof. Dr. Isaias Francisco de Carvalho

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Minicurso: “Alteridades e revisões metodológicas na pesquisa e no ensino de literaturas”

Ministrante: Prof. Dr. Isaías Francisco de Carvalho

Promoção - UESC

Departamento de Letras e Artes

Mestrado em Letras:

Linguagens e Representações

Programa de extensão

Revisões do Cânone

Grupos de pesquisa (CNPq)

O espaço biográfico no horizonte da literatura (UESC)

Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea (UnB)

Literatura e Autoritarismo (UFSM)

Literatura, História e Cultura: Encruzilhadas Epistemológicas (UESC)

Grupos de Trabalho (ANPOLL)

Homocultura e Linguagens

Teoria do Texto Poético

http://www.uesc.br/publicacoes/editais/08.2015/116.rtf

Minicurso:

“Alteridades e revisões metodológicas na pesquisa e no ensino de literaturas”

Prof. Isaias Francisco de Carvalho (UESC)

16 de setembro de 2015

Ementa:

Apresentação e discussão panorâmica de algumas perspectivas teóricas e metodológicas, para a pesquisa e para o ensino de literaturas, em termos das tendências contemporâneas para análises – comparativas ou não –, com ênfase no contexto ficcional e crítico-teórico sul-sul, em torno de um corpus literário composto por obras que contemplem as alteridades em processo de ressignificação de memórias e de inserção social, cultural, econômica e política. Concepções de literatura, alteridade e ensino, entre outros. A/O intelectual das Letras e suas possibilidades de atuação nas sociedades locais, nacionais e globais na atualidade, considerando os espaços acadêmicos, mercadológicos e tecnológicos midiáticos/virtuais.O ensino da literatura na educação básica. A literatura na construção de um sujeito agente de conhecimento. O professor de literatura no contexto sociocultural. Reflexão sobre a elaboração de propostas de intervenção para o ensino de literaturas na educação básica.

Objetivos

ü Abordar questões atuais sobre literatura e metodologia da pesquisa e do ensino de literaturas vernáculas e estrangeiras

ü Revisar e problematizar os conceitos de alteridade, literatura, ensino e metodologia, na área das Linguagens e das Artes

ü Experimentar algumas dinâmicas de grupo em torno das questões acima elencadas

ü Painel de escritores de “alteridades”

ü Oferecer uma lista de referências – comentadas oralmente – para leitura posterior acerca das temáticas propostas

ü Outros

Plano de trabalho

ü Dinâmica: Reação poética

ü Revisão/problematização dos conceitos de alteridade, literatura, ensino e metodologia, na área das Linguagens e das Artes, com enfoque na educação básica brasileira

ü Dinâmica: lugares de fala em representações literárias

ü Escritores emblemáticos, entre tantos outros, os caribenhos Derek Walcott, V. S. Naipaul e Jamaica Kincaid, os nigerianos Wole Soyinka, Chinua Achebe, Chimamanda Adichie e Helon Habila, os brasileiros João Ubaldo Ribeiro e Ana Maria Gonçalves e o angolano Pepetela.

ü Dinâmica: escrita critativo-poética guiada

ü Indicações de leituras comentadas

ü Outros

Metodologia

Esparsamente descrita nos itens acima. Loop input.

Avaliação

Quem sabe? Quem fará?

Planos de aula, sequências didáticas, projetos, recursos, livros etc:

http://www-periodicos-capes-gov-br.ez85.periodicos.capes.gov.br/
Conjugação de verbos

Acordo Ortográfico

Michaellis - Guia Prático da Nova Ortografia

Professor Isaias Carvalho

Bibliografia e Referências (para o minicurso e futuras leituras):

Referências cibernéticas principais

CARVALHO, Isaias Francisco de. Minicurso - alteridades e literaturas. 2015. In: Estesinversos. Disponível em: <http://www.estesinversos.com>.

PROJECT GUTENBERG. The Project Gutenberg Collection Catalogue. [Download de obras grátis na internet]. Disponível em: <http://www.gutenberg.org/wiki/Main_Page>. Acesso em: 06 ago 2015.

Indicações dos participantes do minicurso

Textos críticos/teóricos em geral

ABDALA JUNIOR, Benjamin. Observações sobre o intelectual e os caminhos da imaginação social. In: NITRINI, Sandra et al (Orgs.). Encontro Regional da ABRALIC (11.: 2007, São Paulo). Literaturas, artes, saberes. São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2008. p. 23-42.

ACHEBE, Chinua. The African writer and the English language. In: WILLIAMS, Patrick & CHRISMAN, Laura (ed. and introd.). Colonial Discourse and Post-Colonial Theory: a reader. New York: Columbia University Press, 1994. p. 428-434.

ANDERSON, Benedict. Imagined communities: reflections on the origin and spread of nationalism. New York: Verso, 1991.

ASHCROFT, Bill et al. The Empire writes back: theory and practice of post-colonial literatures. New York: Routledge, 1994.

BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Rev. Brasileira de Ciência Política. v.11, . 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-33522013000200004&script =sci_arttext>. Acesso em: 1 set. 2013.

BAUMAN, Zygmund. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo (v. 2): a experiência vivida. 2. ed. Tradução de Sérgio Milliet. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1967.

BERND, Zilá (Org.). Escrituras híbridas: estudos em literatura comparada interamericana. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1998.

BHABHA, Homi. (Ed.). Nation and narration. London/New York: Routledge, 1990.

BHABHA, Homi. O Local da Cultura. Trad. Myriam Ávila et al. Belo Horizonte: EDUFMG, 1998.

BONNICI, Thomas. O pós-colonialismo e a literatura: estratégias de leitura. Maringá: Eduem, 2000.

BONNICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana (Orgs.). Teoria Literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. 3. ed. Maringá: Eduem, 2009.

BURNESS, Don; MATA, Inocência; HARTNACK, Vicky (Eds.). When things came together: studies on Chinua Achebe. Lisboa: Faculdade de Letras/Universidade de Lisboa, 2008.

CANDAU, Joel. Memória e identidade. tradução Maria Letícia Ferreira. – São Paulo: Contexto, 2011.

CARVALHO, Isaías Francisco de. Ladrões de imagens nos encontros culturais emOmeros. Revista Querubim. Ano 05, n. 09, outubro 2009. Universidade Federal Fluminense. p. 74-80

CARVALHO, Isaías Francisco de. O narrador pós-colonial. Anais do I CONLIRE - Congresso Nacional de Linguagens e Representações: Linguagens e Leituras; UESC – Ilhéus, Bahia / outubro de 2009. Disponível em: <http://www.uesc.br/ eventos/iconlireanais/iconlire_anais/anais-19.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2014.

CARVALHO, Isaias Francisco de. Omeros e Viva o povo brasileiro: outrização produtiva e identidades diaspóricas no Caribe Estendido. 170 f. 2012. Tese (Doutorado) – Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012.

CARVALHO, Isaías Francisco de. Subalternidade e a "alminha brasileira". Interdisciplinar: Revista de Estudos de Língua e Literatura. Ano V, v. 11, jan/jun 2010. Itabaiana: Núcleo de Letras/Universidade Federal de Sergipe, 2010. p. 125-32

CASTEL, Antoni; SENDÍN, José Carlos (Ed). Imaginar África: los estereótipos occidentales sobre África y los africanos. Madrid: Catarata/Casa África, 2009.

CHAUI, Marilena. Intelectual engajado: uma figura em extinção? In: 1º Ciclo de Conferências - "O Silêncio dos intelectuais", promovido pelos Ministérios da Educação e da Cultura. 2005. Disponível em: <http://www.ces.uc.pt/bss/documentos/ intelectual_engajado.pdf>. Acesso em: 22 dez. 2013.

CHEN, Kuan Hsing. A formação de um intelectual diaspórico: uma entrevista com Stuart Hall. In: HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Organização de Liv Sovik; Tradução de Adelaine La Guardia Resende et al. Belo Horizonte: Editora UFMG; Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, 2003. p. 408-34. (Humanitas)

CORRÊA, Alexandre Furtado Albuquerque. Metáforas do Arquipélago: diversidade e transculturação nas Américas. 200 f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco – Letras, 2007.

EAGLETON, Terry. A tarefa do crítico. São Paulo: UNESP, 2010.

FANON, Frantz. Black skin, white masks. Tradução do francês por Charles Lam Markmann. New York: Grove Weidenfeld, 1967.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.

FANON, Frantz. The wretched of the earth. New York: Grove Weidenfeld, 1963.

FOUCAULT, Michel. O que é um Autor? Coleção Passagens, Vega, Lisboa: 1992.

GILROY, Paul. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. Tradução de Cid Knipel. São Paulo: Editora 34; Rio de Janeiro: Universidade Cândido Mendes, Centro de Estudos Afro-asiáticos, 2001.

GILROY, Paul. The black Atlantic: modernity and double consciousness. Harvard University Press, 1993.

GLISSANT, Edouard. Caribbean discourse: selected essays. Transl. and introd. J. Michael Dash. Charlottesville and London: University Press of Virginia, 1989. (Caraf Books series)

GRAMSCI, Antonio. Cadernos do cárcere. Vol. 2. Tradução Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.

GUGELBERGER, Georg M. Postcolonial cultural studies. The Johns Hopkins University Press, 1997.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tomaz Tadeu da Silva, Guaraeira Lopes Louro – 10. ed. Rio de janeiro: DP&A, 2005.

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HOISEL, Evelina. Silviano Santiago e a disseminação do saber. In: SOUZA, Eneida Maria de; MIRANDA, Wander Melo (Orgs.). Navegar é preciso, viver: escritos para Silviano Santiago. Belo Horizonte: Editora UFMG; Salvador: EDUFBA; Niterói: EDUFF, 1997. p. 43-49.

HULME, Peter. Colonial encounters; Europe and the native Caribbean (1492-1797). London/New York: Routledge, 1992.

HUNTINGTON, Samuel P. The clash of civilization and the remaking of world order.New York: s.n., 1996.

HUTCHEON, Linda. A poetics of postmodernism: history, theory, fiction. New York & London: Routledge, 1988.

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NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Segunda consideração intempestiva: da utilidade e desvantagem da história para a vida. Tradução Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003. (Conexões; 2

OLIVIERI-GODET, Rita. Construções identitárias na obra de João Ubaldo Ribeiro.Tradução de Rita Olivieri-Godet, Regina Salgado Campos. São Paulo: HUCITEC; Feira de Santana: UEFS; Rio de Janeiro: ABL, 2009. (Linguagem e Cultura; 44)

PHAF-RHEINBERGER, Ineke. The Air of Liberty: narratives of the South Atlantic past (Cross/Cultures). Amsterdam / New York: Rodopi, 2008.

PIRES, Antônia Cristina de Alencar. A outra História - (des)construções - memória e identidade cultural em "Viva o povo brasileiro". Tese (Doutorado). 280 p. Universidade Federal de Minas Gerais – Estudos Literários. 2000.

PRATT, Mary Louise. Pós-colonialidade: projeto incompleto ou irrelevante? In: VÉSCIO, Luiz E.; SANTOS, Pedro B. (Orgs.). Literatura e história: perspectivas e convergências. Bauru: EDUSC, 1999. p. 17-54.

REIS, Eliana Lima. Pós-colonialismo, identidade e mestiçagem cultural: a literatura de Wole Soyinka. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1999.

RISÉRIO, Antonio. A utopia brasileira e os movimentos negros. São Paulo: Editora 34, 2007.

SAID, Edward W. Cultura e imperialismo. Traduzido por Denise Bottman. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

SAID, Edward W. O papel público dos escritores e intelectuais. In: ____. Humanismo e crítica democrática. Tradução Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

SAID, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Trad. Tomás Bueno. São Paulo: Cia das Letras, 1990.

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SANTIAGO, Silviano. Democratização no Brasil – 1979-1981 (Cultura versus Arte). In: ANTELO et alii. Declínio da arte e ascensão da cultura. Florianópolis: ABRALIC/Letras Contemporâneas, 1998. p. 11-23.

SANTIAGO, Silviano. Nas malhas da letra: ensaios. Rio de Janeiro: Rocco, 2002.

SANTIAGO, Silviano. O entre-lugar do discurso latino-americano. ____. Uma literatura nos trópicos: ensaios sobre dependência cultural. 2. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. p. 9-26.

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SANTOS, Daiana Nascimento dos. El océano de fronteras invisibles: relecturas sobre la esclavitud en la novela contemporânea. Tese (doutorado). 2014. Programa Doutorado em Estudos Americanos. Universidad de Santiago de Chile.

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SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Tradução Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

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TAYLOR, Clyde R. The mask of art; breaking the aesthetic contract – film and literature. Bloomington and Indianapolis: Indiana University Press, 1998.

TODOROV, Tzvetan. A Conquista da América: a questão do outro. Trad. Beatriz Perrone Moisés; São Paulo: Martins Fontes, 1983.

TODOROV, Tzvetan. O medo dos bárbaros: para além do choque das civilizações. Tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

TORRES, Sonia. Desestabilizando o discurso competente: o discurso hegemônico e as culturas híbridas. Gragoatá. Niterói: EDUFF, n. 1, 1996. p. 179-90.

WALLERSTEIN, Immanuel. The modern world-system: capitalist agriculture and the origin of the European world-economy in the sixteenth century. New York: Academic Press, 1974.

WILLIAMS, Raymond. [1962] Cultura e sociedade. 1. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1969.

WILLIAMS, Raymond. A política e suas ações: o caso do Conselho das Artes. In: _____. Política do modernismo: contra os novos conformistas. Tradução André Glaser. São Paulo: Editora UNESP, 2011. p. 157-70.

WILLIAMS, Raymond. O futuro dos estudos culturais. In: _____. Política do modernismo: contra os novos conformistas. Tradução André Glaser. São Paulo: Editora UNESP, 2011. p. 171-87.

WILLIAMS, Raymond. The long revolution. London: Chatto and Windus, 1961.

ZILBERMAN, Regina. As letras e seus profissionais. In: JOBIM, José Luís et al (Orgs.). Sentidos dos lugares. Rio de Janeiro: ABRALIC, 2005. p. 17-41.

Indicações dos participantes do minicurso

O que é literatura?

CARVALHO, Isaias Francisco de. A luta pelo direito nas interseções do literário com o jurídico. In: Revista da Faculdade de Direito UFPR, Curitiba, n. 57, p. 269-282, 2013. Disponível em: <https://sites.google.com/site/estesinversos/interfaces-direito-literatura>. Acesso em: 12 set. 2015.

COMPAGNON. Antoine. O Demônio da Teoria: Literatura e senso comum. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2012.

SARTRE, Jean-Paul. O que é literatura. Trad. Carlos Felipe Moisés. 3. ed. São Paulo: Editora Ática, 2004.

O que é ensino? Ensino de literaturas

ANTUNES, Irandé. Língua, texto e ensino. Outra escola possível. São Paulo: Parábola, 2011.

CASTRO, Amélia Domingues de; CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. (Orgs.). Ensinar a ensinar: didática para a escola fundamental e média. São Paulo: Thompson, 2001.

RIOS, Terezinha Azeredo. Compreender e ensinar: por uma docência de melhor qualidade. São Paulo: Cortez, 2010.

COSSON, Rildo. Círculos de leitura e letramento literário. São Paulo: Contexto, 2014. [p.69, entre outras]

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática docente. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GOMEZ, A. I. Perez; SACRISTAN, J. Gimeno. Compreender e transformar o ensino. 4. ed. São Paulo: Artmed. 1996.

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 18. Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. (Temas básicos da educação e ensino)

NÉRICI, Imídio Giuseppe. Educação e ensino. São Paulo: Ibrasa, 1985. Disponível em: <books.google.com.br/books?isbn=8534802017>. Acesso em: 02 out. 2014.

RIOS, Terezinha Azerêdo. Compreender e ensinar. Por uma docência da melhor qualidade. São Paulo: Cortez, 2010.

SAINT-ONGE, M. O ensino na escola: o que é, como se faz? 2. ed. Edições Loyola, 2001.

SCHEFFLER, I. A linguagem da educação. São Paulo: Saraiva, 1974.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Org.). Técnicas de ensino: novos tempos, novas configurações. Campinas, SP: Papirus, 2006.

ZILBERMAN, Regina. Que literatura para a escola? Que escola para a literatura? In: Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo – v.5 – n. 1 – p. 9-20 – jan/jun, 2009.

Indicações dos participantes do minicurso

Metodologias – pesquisa e ensino de literaturas

BAUMAN, Zygmunt. Novos desafios para a educação e a relação professor/aluno na fase líquido-moderna. In: BAUMAN, Zygmunt. Capitalismo parasitário e outros temas contemporâneos. Tradução Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010. p. 40-72.

BLOOM, Harold. Como e por que ler. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.

CANDIDO, Antonio. Na sala de aula: caderno de análise literária. 8. ed. São Paulo: Ática, 1984. (Série Fundamentos)

PEREIRA FILHO, Cesário Alvim; LANIS, Cláudia Paulino de. O texto literário no ensino de língua estrangeira. In: RIBEIRO, Maria D'Ajuda Alomba. (Org.). Português como língua estrangeira na UESC: questões identitárias. Ilhéus, Bahia: EDITUS, 2012. p. 129-135.

SILVA, Lajosy. O ensino de literaturas em língua estrangeira no curso de Letras: uma idéia fora do lugar? In: Eutomia - revista online de literatura e linguística. Ano II, n. 01, julho/2009. p. 117-129.

Indicações dos participantes do minicurso

Obras literárias

ACHEBE, Chinua. O mundo se despedaça; tradução Vera Queiroz da Costa e Silva.São Paulo: Ática, [1959] 1983.

ACHEBE, Chinua. Things fall apart. New York: Anchor Books, 1994.

ACHEBE, Chinua. Things fall apart. United States of America. First Anchor, 1994;

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Americanah. 1. ed. S. l.: Alfred A. Knopf , 2013.

AMADO, Jorge. Tenda dos milagres. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

APPIAH, Kwame Anthony. Na casa de meu pai: a África na filosofia da cultura. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.

CAMINHA, P. A carta. São Paulo: L&PM/História, 1987.

HABILA, Helon. Oil on water: a novel. s. l.: W. W. Norton & Company, 2011.

KINCAID, Jamaica. A Small Place. Nova Iorque: Farrar, Straus and Giroux, 1988.

KINCAID, Jamaica. On seeing England for the first time. Transition, # 51. Oxford University Press, 1991. Disponível em: <http://alturl. com/8nxzq>. Acesso em: 02 out. 2012.

NAIPAUL, V. S. The mimic men. London: Penguin Books, 1969.

PEPETELA. A gloriosa família. Lisboa: Editorial Dom Quixote, 1997.

PROJECT GUTENBERG. The Project Gutenberg Collection Catalogue. Main page. Disponível em: <http://www. gutenberg.org/wiki/ Main_Page>.

RIBEIRO, João Ubaldo. A casa dos budas ditosos. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.

RIBEIRO, João Ubaldo. An invincible memory (Viva o povo brasileiro). Nova York: Harper & Row, 1989.

RIBEIRO, João Ubaldo. Viva o povo brasileiro. 10. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

SOYINKA, Wole. The trials of brother Jero. 1964. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/41536353/The-Trials-of-Brother-Jero-by-Wole-Soyinka>. Acesso em: 07 mar. 2013.

WALCOTT, Derek. Omeros. New York, Farrar, Straus and Giroux, 1998.

WALCOTT, Derek. Omeros. Pref. e Trad. de Paulo Vizioli. São Paulo: Cia das Letras, 1994.

WALKER, Alice. Meridian. s. l.: Harcourt Brace Jovanovich, 1976.

Indicações dos participantes do minicurso

Dinâmica 1: Reação poética

Olavo Bilac. Antologia poética. Seleção e notas de Paulo Hecker Filho. Porto Alegre: L & PM, 1977. p. 57.

Antonio Brasileiro. Antologia poética. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/COPENE, 1996. p. 25.

Maria da Conceição Paranhos. As esporas do tempo. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/COPENE, 1996. p. 115.

Sandro Ornellas. Simulações. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/COPENE, 1998. p. 17.

Gregório de Matos. Seleção de obras poéticas. A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro - A Escola do Futuro da Universidade de São Paulo, 1998. Disponível em: <http://www.bibvirt.futuro.usp.br>.

Manuel Maria de Barbosa du Bocage. Poesia erótica. Rio de Janeiro: Codecri, s.d. (Col. ARTESetCETERA). Disponível em: <http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_erotica/bocage.html>.

Fernando Pessoa, Cancioneiro. Obra poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar S.A., 1992. p. 188-189.

Cyro de Mattos, Poesia sempre. Ano 13, n. 20, março 2005. (Publicação da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro) p.105.

Isaias Carvalho. Fuligem poética. Estesinversos, 2013. Disponível em: <https://sites.google./site/estesinversos/Home/doses-poeticas-1>.

Narlan Mattos Teixeira. Senhoras e senhores: o amanhecer. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/ COPENE, 1997. p. 33.

* * * * * * * * * * * * * *

( 1 ) Só

Olavo Bilac, Antologia poética. Seleção e notas de Paulo Hecker Filho. Porto Alegre: L & PM, 1977. p. 57.

Este, que um deus cruel arremessou à vida,

Marcando-o com o sinal da sua maldição,

— Este desabrochou como a erva má, nascida

Apenas para aos pés ser calcada no chão.

De motejo em motejo arrasta a alma ferida...

Sem constância no amor, dentro do coração

Sente, crespa, crescer a selva retorcida

Dos pensamentos maus, filhos da solidão.

Longos dias sem sol! noites de eterno luto!

Alma cega, perdida à toa no caminho!

Roto casco de nau, desprezado no mar!

E, árvore, acabará sem nunca dar um fruto;

E, homem há de morrer como viveu: sozinho!

Sem ar! sem luz! sem Deus! sem fé! sem pão!

sem lar!

( 2 ) Poemeto

Antonio Brasileiro, Antologia poética. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/ COPENE, 1996. p. 25.

Não há o que temer

nem aplaudir.

O que somos é só

Este fremir.

Parte de mim é bela.

Parte é aquela

vontade de fugir.

( 3 ) Fim-de-semana

Maria da Conceição Paranhos, As esporas do tempo. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/COPENE, 1996. p. 115.

Toda sexta-feira é sexta-feira da paixão.

Vozes se buscam e responde o eco:

corpos comprimidos, falta o nexo.

Sexta-feira – início do fim,

Impossível diapasão.

Onde encontrar o afeto?

As mãos buscam o impossível

acerto de contas.

Olhamos, já cegos, para a escuridão.

Quando surgirá, inesperadamente,

o momento do Sábado, Aleluia?

( 4 ) Página de Autobiografia Explícita

Antonio Brasileiro, Simulações. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/ COPENE, 1998. p. 17.

nos supermercados do mundo

liquidei-me dono de tudo

sem saudades do que fui

hoje não mais me iludo

com máscaras de demiurgo

ou qualquer papel de fundo

assumo meu desejo bruto

sentimento irresoluto e impuro

fruto do mais direto prelúdio

a um espírito sem contramuros

( 5 ) Glosa

MATOS, Gregório. Seleção de obras poéticas. A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro - A Escola do Futuro da Universidade de São Paulo, 1998. Disponível em: <http://www.bibvirt.futuro.usp.br>.

[...]

Provo a conjetura já

prontamente como um brinco;

Bahia tem letras cinco

que são BAHIA:

logo ninguém me dirá

que dous ff chega a ter,

pois nenhum contém sequer,

salvo se em boa verdade

são os ff da cidade

um furtar, outro foder.

( 6 ) O Monstro

Manuel Maria de Barbosa du Bocage, Poesia erótica. Rio de Janeiro: Codecri, s. d. (Col. ARTESetCETERA). Disponível em: <http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_erotica/bocage.html>.

Esse disforme e rígido porraz

Do semblante me faz perder a cor:

E assombrado d´espanto, e de terror,

Dar mais de cinco passos para trás:

A espada do membrudo Ferrobrás

Decerto não metia mais horror:

Esse membro é capaz até de por

A amotinada Europa toda em paz.

Creio que nas fodais recreações

Não te hão de a rija máquina sofrer

Os mais corridos, sórdidos cações:

De Vênus não desfrutas o prazer;

Que esse monstro, que alojas nos calções,

E porra de mostrar, não de foder.

( 7 ) Liberdade

Fernando Pessoa, Obra poética. Cancioneiro. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar S.A., 1992. p. 188-189.

Ai que prazer

Não cumprir um dever,

Ter um livro para ler

E não o fazer!

Ler é maçada.

Estudar é nada.

O sol doira

Sem literatura.

[...]

O mais do que isto

É Jesus Cristo,

Que não sabia nada de finanças

Nem consta que tivesse biblioteca...

( 8 ) Bovino

Cyro de Mattos, Poesia sempre. Ano 13, n. 20, março 2005. (Publicação da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro) p.105.

Ruminante a flor.

Culpado mas sem pecado.

Morre sem rancor.

( 9 ) Theatro

Narlan Mattos Teixeira, Senhoras e senhores: o amanhecer. Salvador: Fund. Casa de Jorge Amado/COPENE, 1997. p.33.

Por baixo da porta chegam mais contas que soluções.

O preço do pão é o preço da vida.

E não há /nenhum milagre marcado para segunda-feira.

( 10 ) Assassínio

Isaias Carvalho, Fuligem poética. Estesinversos, 2013. Disponível em: <https://sites.google.com/site/estesinversos/Home/doses-poeticas-1>.

Acordo sonhando com um corpo no armário.

Concordo que ando meio torto e solitário,

mas o operário do porto inseguro que reformo -

a casa -

assassinei-o sem causa e o mantenho insepulto em meu armário.

Ou seria, meio ao contrário,

este eu que se encontra morto em seu armário, leitor?

Seria eu esse operário em putrefação?

Seria?

Por que não abre seu armário?

Dinâmica 2: Reações teóricas e ficcionais

Trechos de obras teóricas (ou híbridas)

BAUMAN, Zygmunt. Novos desafios para a educação e a relação professor/aluno na fase líquido-moderna. In: BAUMAN, Zygmunt. Capitalismo parasitário e outros temas contemporâneos. Tradução Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010. p. 40-72.

Eles procuram consultores que os ensinem a caminhar, e não professores que os orientem num percurso único e já superlotado. (BAUMAN, 2010, p. 54).

BLOOM, Harold. Como e por que ler. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.

[...] Policiamento ideológico não produz, necessariamente, grandes (ou mesmo bons) leitores e escritores; antes, mais parece prejudicar-lhes a formação. (BLOOM, 2000, p. 153).

CARVALHO, Isaías Francisco de. O narrador pós-colonial. Anais do I CONLIRE - Congresso Nacional de Linguagens e Representações: Linguagens e Leituras; UESC – Ilhéus, Bahia / outubro de 2009. Disponível em: <http://www.uesc.br/eventos/iconlireanais/iconlire_anais/anais-19.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2014.

De onde o narrador pós-colonial fala e o fato mesmo de ‘estar falando’ não são apenas uma demonstração de narcisismo, mas a própria possibilidade da ‘escrita de volta ao centro’, da busca do relacional e do encontro. (CARVALHO, 2009, p. 10).

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. 2 ed. 4ª reimp. São Paulo: Contexto, 2014.

[...] a literatura serve tanto para ensinar a ler e escrever quanto para formar culturalmente o indivíduo. (COSSON, 2014, p. 20).

[...] se o objetivo é integrar o aluno à cultura, e escola precisaria se atualizar, abrindo-se às práticas culturais contemporâneas que são muito mais dinâmicas e raramente incluem a leitura literária. (COSSON, 2014, p. 22).

[...] devemos compreender que o letramento literário é uma pratica social e, como tal, responsabilidade da escola. (COSSON, 2014, p.23).

É preciso que o professor tenha em mente que um dos objetivos do letramento literário na escola é formar uma comunidade de leitores. Esses leitores não devem ser meros consumidores da cultura, quer como tradição, quer como contemporaneidade, mas sim membros de uma comunidade que se apropriam de sua herança cultural e com ela dialogam. (COSSON, 2014, p.104).

É na experiência da leitura, e não nas informações dos manuais, que reside o saber e o sabor da leitura. (COSSON, 2014, p. 107).

[...] os clubes do livro on-line podem, igualmente, ser um instrumento didático de grande alcance entre os jovens. [...] ampliam o tempo destinado às discussões sobre a obra, permitem que os alunos mais tímidos participem com mais facilidade, oferecem um tempo maior para os alunos lerem a contribuição dos colegas e se pronunciarem com maior organização do pensamento, entre outros benefícios [...] (COSSON, 2014, p. 151).

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.

[...] o negro que quer embranquecer a raça é tão infeliz quanto aquele que prega o ódio ao branco. (FANON, 2008, p. 26).

Quanto mais assimilar os valores culturais da metrópole, mais o colonizado escapará da sua selva. Quanto mais ele rejeitar sua negridão, seu mato, mais branco será. (FANON, 2008, p. 34).

O negro quer ser como o branco. Para o negro não há senão um destino. E ele é branco. Já faz muito tempo que o negro admitiu a superioridade indiscutível do branco e todos os seus esforços tendem a realizar uma existência branca. (FANON, 2008, p. 188).

Não há mundo branco, não há ética branca, nem tampouco inteligência branca. Há, de um lado e do outro do mundo, homens que procuram. (FANON, 2008, p. 189).

FOUCAULT, Michel. O que é um Autor? Coleção Passagens, Vega, Lisboa: 1992.

[...] a partir do século XIX, a literatura repõe à luz a linguagem no seu ser: não, porém, tal como ela aparecia ainda no final do Renascimento. Porque agora não há mais aquela palavra primeira, absolutamente inicial, pela qual se achava fundado e limitado o movimento infinito do discurso; doravante a linguagem vai crescer sem começo, sem termo e sem promessa. É o percurso desse espaço vão e fundamental que traça, dia a dia, o texto da literatura. (FOUCAULT, 1992, p. 59-60).

GILROY, Paul. O Atlântico negro: modernidade e dupla consciência. Tradução de Cid Knipel. São Paulo: Editora 34; Rio de Janeiro: Universidade Cândido Mendes, Centro de Estudos Afro-asiáticos, 2001.

No espírito do que pode ser chamado de história ‘heterológica’, gostaria que considerássemos o caráter cultural e as dimensões políticas de uma narrativa emergente sobre a diáspora que possa relacionar, senão combinar e unificar, as experiências modernas, das comunidades e interesses negros em várias partes do mundo. Isto deveria ser feito de forma que soubéssemos, tanto quanto possível, o que realmente aconteceu, mas seria também urna forma de adquirir urna perspectiva mais complexa sobre a modernidade e urna cornpreensão mais rica, pós-antropológica, de suas culturas coloniais e pós-coloniais. (GILROY, 2001, p. 11).

MITIDIERI, André Luis. Biografemas homoculturais de Eva Perón no romance Santa Evita, de Tomás Eloy Martínez. In: MITIDIERI, André Luis; CAMARGO, Flávio Pereira. (Orgs.) Literatura, homoerotismo e expressões homoculturais. Ilhéus: Editus, 2015.

O modo como o sujeito-autor se posiciona no discurso da crítica contemporânea pode variar: alguns adotam uma posição de distanciamento e outros se entrelaçam ao corpus escolhido, acompanhando o movimento de entrada e saída do gesto enunciativo. Viabilizam-se olhares diferenciados a gêneros menores, a uma tradição literária desviada do foco das grandes narrativas. (MITIDIERI; CAMARGO, 2015, p. 41).

TODOROV, Tzvetan. O medo dos bárbaros: para além do choque das civilizações. Tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

O medo dos bárbaros é o que ameaça converter-nos em bárbaros. (TODOROV, 2010, p. 23).

Quem acredita em julgamentos absolutos, portanto, transculturais, corre o risco de considerar seus valores habituais como universais, de praticar um etnocentirismo ingênuo e um dogmatismo cego, convencido de deter para sempre o que é verdadeiro e justo. [Esse é o raciocínio adotado] pelos apóstolos da ingerência democrática ou humanitária, hoje em dia. (TODOROV, 2010, p. 23).

Trechos de obras literárias

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Americanah. 1. ed. S. l.: Alfred A. Knopf , 2013.

Já viu como, nesses programas de televisão que transformam a aparência da pessoa, as mulheres negras sempre têm o cabelo natural (crespo, enrolado, pixaim) na foto feia do 'antes' e como, na foto bonita do 'depois', alguém pegou um pedaço de metal quente e queimou o cabelo delas para ficar liso? [...] Imagine se Michelle Obama se cansasse de toda aquela escova, decidisse usar o cabelo natural e aparecesse na televisão com o cabelo parecendo algodão, ou com ele bem crespo? [...] Ela ia ficar linda, mas o pobre do Obama sem dúvida ia perder o voto dos independentes e até dos democratas indecisos. (ADICHIE, 2013, p. 367-368).

ACHEBE, Chinua. O mundo se despedaça. Trad. Vera Queiroz Silva. São Paulo: Ática, [1959] 1983.

Quando o homem que pigarreara se adiantou, a erguer a catana, Okonkwo virou o rosto para o outro lado. Ouviu o golpe. A cabaça caiu e partiu-se na areia. Escutou Ikemefuna gritar – Meu pai, eles me mataram! – enquanto corria na sua direção. Estoneado pelo medo, Okonkwo desembainhou o facão e o abateu. Temia ser considerado um fraco. (ACHEBE, 1983, p. 62).

O Comissário foi embora, levando três ou quatro dos soldados com ele. Nos muitos anos em que ele tinha trabalharam para levar a civilização para diferentes partes da África que ele tinha aprendido uma série de coisas. Uma delas foi a de que um Comissário Distrital nunca deve comparecer a esses detalhes indignas como o corte de um homem pendurado da árvore. Essa atenção daria aos nativos uma má opinião dele. No livro que ele planejava escrever, ele faz questão de sublinhar esse ponto. Enquanto caminhava de volta para o tribunal que pensava sobre esse livro. Todos os dias o trouxe algum material novo. A história deste homem que havia matado um mensageiro e se enforcou faria uma leitura interessante. Quase se poderia escrever um capítulo inteiro sobre ele. Talvez não um capítulo inteiro, mas um parágrafo razoável, de qualquer forma. Havia tanta coisa para incluir, e deve ser firme em cortar detalhes. Ele já tinha escolhido o título do livro, depois de muito pensar: A Pacificação das tribos primitivas do Baixo Níger. (ACHEBE, 1983, p. 188).

KINCAID, Jamaica. On seeing England for the first time. Transition, # 51. Oxford University Press, 1991. Disponível em: <http://alturl. com/8nxzq>. Acesso em: 02 out. 2012.

Quando eu vi a Inglaterra pela primeira vez eu era uma criança, na escola, sentada em uma carteira. A Inglaterra para a qual eu olhava estava disposta sobre um mapa, gentilmente, lindamente, delicadamente, uma joia muito especial; ela estava em uma cama de cor azul-celeste – o fundo do mapa – com uma forma amarela que era misteriosa, pois embora ela parecesse com a perna de um carneiro, não se assemelhava em nada com uma coisa tão familiar como a perna de um carneiro, pois era a Inglaterra - com as suas nuances em rosa e verde, diferentes de quaisquer outras nuances de rosa e verde que eu havia visto antes, com as suas rabiscadas veias vermelhas correndo para todas as direções. A Inglaterra era com certeza uma joia especial, e só pessoas especiais poderiam usá-la. As pessoas que podiam usar essa joia eram os ingleses. Eles a usavam bem e a usavam em todos os lugares [...]. Quando minha professora pregou o mapa no quadro negro, ela disse: ‘Esta é a Inglaterra’ – e ela falou com autoridade, de forma séria e com adoração, então nós nos sentamos. Foi como se ela tivesse dito: ‘Esta é Jerusalém, o lugar para onde vocês vão quando morrerem, mas só se vocês tiverem sido bonzinhos.’ Foi aí que entendemos – e deveríamos entender – que a Inglaterra seria nossa fonte de mitos e a fonte de onde retiraríamos o nosso senso de realidade, o nosso senso do que era significativo, o nosso senso do que não tinha sentido – e muito sobre as nossas próprias vidas [...]. (KINCAID, 1990, p. 364-365; tradução de Isaias Carvalho e Laurenci Esteves).

RIBEIRO, João Ubaldo. Viva o povo brasileiro. 10. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

[O Caboco Capiroba] voltou arrastando um holandês louro, já esquartejado e esfolado, para livrar o peso inútil na viagem até a maloca. O flamengo tinha o gosto um pouco brando, a carne um tico pálida e adocicada, mas tão tenra e suave, tão leve no estômago, tão estimada pelas crianças, prestando-se tão versatilmente a todo uso culinário, que cedo todos deram de preferi-lo a qualquer outro alimento, até mesmo o caboco Capiroba, cujo paladar, antes rude, se tomou de tal sorte afeito à carne flamenga que às vezes chegava mesmo a ter engulhos, só de pensar em certos portugueses e espanhóis que em outros tempos havia comido, principalmente padres e funcionários da Coroa, os quais lhe evocavam agora uma memória oleosa, quase sebenta, de grande morrinha e invencível graveolência. (RIBEIRO, 1984, p. 44).

Ai, sim, pensou ela, o rosto em brasa e o meio das pernas não molhado, mas seco, ardido e estraçalhado, não razão de orgulho e contentamento, mas de vergonha, nojo e desespero – e nada, nada, nada, que havia no mundo senão nada, nada, nada, e os engulhos que lhe contraíam a barriga trazendo até a garganta o estômago envolto em cãibras e o ódio que lhe fazia crepitar a cabeça com uma dor cegante e a certeza de que nada, nada, nada jamais a limparia, nem água, nem sangue, nem uma lixa que esfregasse em todo o corpo, nada, nada, nada! Que era ela? Aquilo, somente aquilo, aquele fardo, aquela trouxa, aquele pano de chão, aquele monte de lixo e nada, pois não conseguia ao menos chorar, embora quisesse muito. E também não podia mexer-se nem fazer qualquer som, como se o pescoço que o Barão de Pirapuama havia apertado com uma só mão houvesse ficado para sempre hirto e congelado, mal deixando que passasse o ar, ela paralisada, muda, um peixe morto, endurecido. Que fazer agora? Levantar-se, consertar o corpo ainda retorcido na mesma posição em que tinha ficado quando ele a empurrara e se limpara nos trapos em que transformara sua bata branca, numa das muitas posições em que ele a tinha virado e revirado com brutalidade e a exposto como um frango sendo depenado? Passar a mão no rosto inchado por todas as bofetadas e sopapos que ele lhe dera, enxugar o sangue que lhe escorria das gengivas misturado com saliva, endireitar até mesmo a boca, que sabia flácida e pendida – nunca mais a mesma boca, nunca mais nada, nada, nada! –, fazer alguma coisa? Nada a fazer, nada a ser, e notou que nem mesmo conseguia ouvir som algum, nem folhas no vento, nem barulhos de bichos, nem vozes de gente, nada. Mexer os olhos, porém, podia e então viu a porta que ele não fechara atrás de si quando saiu, as estampas de santos nas paredes [...].

[...] entrando de botas, esporas e gibão de couro, o feitor Almério apareceu como uma sombra contra a luz. Parou, caminhou na direção dela, que, com os olhos baixos, acompanhava o tinir e o rebrilho das esporas. Almério chegou, estacou em sua frente.

Ele já se despachou? – perguntou, um meio sorriso lhe entortando o bigode.

Ela não respondeu, procurou desviar-se para passar, mas o feitor segurou-a pela gola. [...]

- Olhe, eu sempre disse a todos os negros, todas as negrinhas como tu, que a única coisa a aprender é a obediência. Gosto muito de todos, trato bem, mas a obediência acima de tudo. (RIBEIRO, 1984, p. 133-6).

Deu um murro no tabuleiro, teve vontade de saber mais palavrões. E aquela estuporada da desgrama, que não lhe resolve nada, sabe pescar! Caraio! (RIBEIRO, 1984, p.194).

Dinâmica 3: Escrita criativa colaborativa

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Preencha os espaços do esquema acima com as palavras (e suas variações) a seguir:

Caminhos corpos tímidos desconstrução

Outros mundos encontro sorriso

Comigo literário superação silêncio

Coisa palavra voz pedrada

Amor dor sonho composição

Inferno muro água demônio

Híbrido líquido língua distanciamento

Tocar areia paixão signo

Profundo lamber comer livro

Ilusão verso fogo texto

Obs.: não utilize preposições, pronomes, conjunções ou termos não presentes na lista acima.

poéticos acadêmicos parentéticos

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