tese doutorado isaias carvalho resumo

Tese de doutorado

Anteprojeto para Doutorado

Memorial

Tese de Doutorado

Agradecimentos

Resumo

Abstract

Universidade Federal da Bahia

Instituto de Letras - Programa de Pós-Graduação em Letras e Lingüística

ISAÍAS FRANCISCO DE CARVALHO

Omeros e Viva o povo brasileiro

outrização produtiva e identidades diaspóricas no Caribe Estendido

Orientador: Prof. Dr. Décio Torres Cruz

Co-orientadora: Profa. Sílvia Maria Guerra Anastácio

Salvador, 2012

Resumo

Proponho a reflexão sobre literatura, cultura e, especialmente, o Outro. O Outro da política da representação e da representação política e cultural na produção literária, em companhia do Outro linguístico, abordado sob a denominação de “chulice” ou “cânone grosseiro”. Trata-se de um estudo de viés duplo, portanto. Nos textos literários que constituem o corpus deste trabalho – Omeros, do poeta caribenho Derek Walcott (1994), e Viva o povo brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro (1984) -, ausculto essa linguagem “baixa” no mesmo patamar do Outro social, étnico, sexual e mais: estão ali e aí, em toda parte, mas o discurso hegemônico de que participo (e do qual também participa o leitor implícito-explícito desta tese-ensaio) os torna recalcados e invisibilizados no imaginário dominante. Essa escrutação ou perscrutação do Outro cultural e linguístico se faz com o fio condutor da “outrização produtiva”, conceito-atitude que tem seu primeiro significante advindo do inglês othering, que foi modulado inicialmente por Gayatri Spivak (1985). “Outrização”, como neologismo e significante único, implica um procedimento intersociocultural que se constitui de práticas discursivas de enaltecimento de uma identidade positivada de certo grupo e a estigmatização e o rebaixamento, com violência, de outro. Por seu turno, “outrização produtiva” funciona como contraponto a essa atitude reificante, já que propõe uma abordagem ressignificada da memória recalcada nas relações de trocas simbólicas do colonialismo e dos neocolonialismos de hoje entre culturas de diversos territórios geográficos e imaginados, como é o caso do Caribe Estendido (WALLERSTEIN, 1974), que compreende a costa sul dos Estados Unidos até o Recôncavo Baiano. A proximidade do conceito de outrização produtiva com outras teorizações do campo dos estudos da cultura, a exemplo de mestiçagem, é conveniente para se analisar a mistura cultural, em sentido lato, e linguística, em sentido estrito, nas obras sob análise. Conceitos de outros pensadores fora desse campo também são acionados, a exemplo de Roland Barthes, com sua noção de “Texto” (1998), Northrop Frye, com seu “modo ficcional irônico” e Linda Hutcheon, com “metaficção historiográfica” (1988), entre outros. Trata-se, portanto, de uma discussão que aborda questões de subalternidade, língua, gênero e possibilidade de fala, como uma forma de unir os dois vieses da tese: o político-cultural e o linguístico, ambos tomados para análise numa postura de outrização produtiva, no desrecalque de vozes historicamente silenciadas.

Palavras-chave: Derek Walcott. João Ubaldo Ribeiro. Estudos culturais pós-coloniais. Chulice. Ironia.

Texto integral a ser revisado e publicado em livro.

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Universidade Federal da Bahia

poéticos acadêmicos parentéticos

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Itabuna/Ilhéus, Bahia, Brasil

Imagens-tema por: Wellington Mendes da Silva Filho