ALADAA

O narrador pós-colonial

Façam o que eu digo,

não façam o que eu falso.

Isaias Carvalho, (in)versos (1999)

Confluências teórico-crítico-literárias em vozes do Caribe Estendido e do Atlântico Negro

https://drive.google.com/drive/u/0/my-drive

Como citar este capítulo do livro:

CARVALHO, Isaías Francisco de. Confluências teórico-crítico-literárias em vozes do Caribe Estendido e do Atlântico Negro. In: RIOS, María Elvira et al. (Orgs.). Nuevos diálogos: Asia y África desde la mirada latinoamericana. 1. ed. Cidade do México: El Colegio de Mexico; Centro de Estudios de Asia e África; Chile: ALADAAA, 2019. p. 216-227.

Disponível na íntegra aqui.

Seguem as primeiras páginas da introdução do capítulo:

Introdução

Todo aquele estrume grego sob as verdes bananeiras, [...]

Aquilo que eu lera e reescrevera, até que a literatura se tornasse

tão culpada quanto a História.

Derek Walcott, Omeros

Toda cartografia tem um quê de imaginação. Neste trabalho, o Atlântico Negro e o Caribe Estendido, além de metáforas cartográficas, são espaços geopolíticos, culturais e territoriais que abrigam as escrituras que proponho consignar: vozes literárias e crítico- teóricas que empreendem a ressignificação de memórias coloniais e imemoriais no contexto das relações de trocas simbólicas entre culturas/grupos diversos, em nome de propostas renovadoras de poder, saber e ser. Em que pese a aparente abrangência do título, meu objetivo central é oferecer uma sucinta apresentação de leituras lítero-crítico-teóricas, realizadas nos últimos dez anos, conduzidas pelo conceito-atitude de “outrização produtiva”, aqui atualizado a partir das leituras e discussões realizadas pelo Grupo de Estudos “Literatura, história e cultura: encruzilhadas epistemológicas” (2014–2015 — FAPESB — Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia). Destaco teorias pós-coloniais e decoloniais promotoras de diálogos interculturais produtivos, ainda que possam debater de modo conflitante em alguns pontos. O corpus literário é emblematicamente composto pelo dramaturgo, poeta, professor e pintor (entre outras ocupações) caribenho de Santa Lúcia, Derek Walcott, com seu longo poema Omeros, e o escritor, jornalista e pensador baiano-brasileiro João Ubaldo Ribeiro, com seu encorpado romance Viva o povo brasileiro. As diversas miradas a essas literaturas não prescindem de questionamentos sobre a consistência das próprias classificações apresentadas. Meu posicionamento, em um desses conflitos no âmbito dos Estudos Culturais, notadamente a crítica atual do pensamento pós-colonial pelo viés da teorização decolonial, é o seguinte: apesar do eloquente distanciamento que teóricos do decolonial, tais como Walter Mignolo, Boaventura de Sousa Santos e Immanuel Wallerstein, entre outros, tentam manter em relação ao campo pós-colonial consolidado por intelectuais, tais como Gayatri Spivak, Homi Bhabha e Stuart Hall, nesta apresentação privilegio seus pontos de convergência. Não olvido suas diferenças, mas incluo ambos na perspectiva contemporânea de ressignificações, revisões e desrecalque de vozes reprimidas pelo colonialismo moderno e pelos neocolonialismos contemporâneos.

Essas confluências de vozes literárias e crítico-teóricas também se inserem no emblema dos Estudos Culturais Pós-Coloniais (como delimitados por Walter Mignolo e Georg Gugelberger, entre outros pensadores do campo), com base em questões sobre diversas correntes dos estudos acerca de literaturas anglófonas caribenhas e nigerianas, além de brasileiras, nas margens sul-sul do Atlântico Negro e do Caribe Estendido, entre outras margens e interstícios possíveis. Esse corpus literário é abordado também em termos de suas representações e esforços de intervenção cultural no que concerne à negritude. [...]

Disponível na íntegra aqui.

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"Alteridade", Isaias Carvalho