dês & [é]Eles

Ilustrações e Capa

Wellington Mendes

Planejamento Gráfico

João Soares

Revisão

Maria da Conceição Paranhos

Rita Aragão Matos

Colaboração

Dilson Midlej

Luciano Paiva Nóbrega

Edição do Autor

Salvador, 1997

Estes

Isaias Carvalho (1997)

Dês & [é]Eles

O poema não seduz o leitor.

O deleitor:

do deleite, do ler.

Deláfora,

a metáfora dele.

Para quem a língua é leite da alma.

Vital. Dura. Líquida. Luz.

O texto, deleitexto.

A leitura, deleitura.

Delatar, do leito da paixão.

Delação dessa via deleitáctil:

o desejo, o ler,

o amor lhe delega.

Fuligem Poética

Deleilavra

(de lavrar a palavra com furor deleitoso),

de lei ou ilegalidade.

Deleívro.

Delibação, do inefável.

Deliberação, de lutar guerras de gozo (quiçá sem dolo).

Deleitação, do simples e sim no caos.

Delimitação, dos contornos do corpo do invisível.

Deliração, da lira a soprar sobre lírios, delírio.

Delíquio, da consciência do estar-no-mundo.

Pêndulo: Dionísio-Apolo.

Deletéria ou deliciosa,

delambendo-se, lamber vida-beleza,

versos delineados em dês e [é]eles: deleisia,

a poesia para ele, o deleitor.

(No infinito talvez não haja tantos

dês e [é]eles. Ou só eles.

Delírio e delito dos dois mais largos lascivos: deus e lúcifer)

Estes

(in)versos