feminino em jorge amado

Doses de Saber

Resenhas e Resumos

Isaias Carvalho, 2010

A nação e o feminino em Jorge Amado

A professora Titular em Teoria da Literatura da UESC, Sandra Maria Pereira do Sacramento, brinda-nos com o artigo “A nação e o feminino em Jorge Amado” (Légua & meia: Revista de literatura e diversidade cultural. Feira de Santana: UEFS, v. 4, no 3, 2005, p. 168-175). A autora faz o delineamento do imaginário da nação, através da análise da obra Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado. Trata-se do imaginário da nação, da Carta de Caminha até nossos dias, e, de modo específico, da construção da subjetividade feminina.

Esse imaginário etnocêntrico, diretamente ligado ao processo de expansão da Europa do século XVI, foi repetido e consolidado de forma exaustiva através dos séculos, como ainda hoje se pode ver em materiais de marketing turístico, nos quais são enfatizadas as seduções e belezas de um país colonizado. Tomando a obra de Jorge Amado como base, mas passando por outras construções do imaginário feminino, como Iracema, de José de Alencar, e Carmen Miranda, na indústria cultural, conclui a autora que, de modo virtualmente constante, as estratégias de venda e sedução para turistas dão enfoque ao exótico e à visão paradisíaca da permissividade, com a apresentação da mulher vazia, infantil e fácil, como no caso da personagem Gabriela. De fato, uma característica comum e persistente em nações ditas periféricas, como é o caso do Brasil.

Esse artigo se insere no ethos atual de releitura do estatuto cultural do colonizado, em processo de desconstrução, pois vai de encontro à imagem etnocêntrica construída pela colonização européia.

Sacramento, Sandra Maria Pereira do. A nação e o feminino em Jorge Amado. Légua & meia: Revista de literatura e diversidade cultural. Feira de Santana: UEFS, v. 4, no 3, 2005, p. 168-175.

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Itabuna/Ilhéus, Bahia, Brasil