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São Versos de Pentecostes
Fora-lhes dito:
Ide varões da Galileia!
E aquela voz toda cheia
de infinito
Ficara-lhes no peito
como dardo agri-doce.
Os olhos num mar de pranto
desfeito
levaram o coração
em quebranto
para além das nuvens.
Partira o mestre, eclipsou-se
deixando uma promessa:
A consolação
do Espírito do Pai...
A saudade os tinha ali
amarrados à visão
de subir...subir! Ai!
Quem o poderia esquecer!
Dissera:
Meu amigo,
serei em ti
e contigo!
E agora nesta espera
ninguém há que não se queixe
nem o sol sobre a cabeça,
nem a flor de Primavera,
Nem o barco nem a rede,
nem o lago nem o peixe,
nem gota de matar a sede,
nem até sua promessa,
Matavam tanta saudade.
É verdade
que no meio deles, Maria
era alento
era alegria.
Mas o tormento
daquela ausência pesada
Não lhes dava porto a nada.
Quem amansaria o vento
nas águas bravas do lago?
Quem multiplicaria o pão?
Quem chamaria Pedro e Tiago,
E segredos a João
Havia de contar também?
É certo que a consolação
ficava bem prometida,
E Maria era a mãe,
Por quem suspirava a vida...
Mas a dor do coração
Era a soledade enorme,
tão vasta e funda qual mar...
Ide varões...
Não é aqui que se dorme...
Ide à vida... Ide esperar!
E os amigos voltaram aos encontrões
descendo a encosta, porque os olhos,
sem reparar nos abrolhos,
iam postos nas alturas!
Esperavam,
E suplicavam
Como as aves no seu ninho
mal seguras
Erram do voo o caminho.
Como crianças ao colo
se aconchegaram
esperando um tal consolo...
E o consolador
Já chegou,
Com vento posto em fragor
e fogo alado.
E sobre as suas cabeças
foram derramadas promessas
Que o paráclito insuflou
num diadema abrasado.
Agitados são marasmos
e banidos são receios.
Solta-se o verbo à conquista.
Não é mosto com espasmos
pois seguros são esteios
garantindo o passo
e a pista
para o reino, mundo fora
pelo mar e pelo espaço.
Agora
nem cetro nem trono
pára os filhos do Trovão...
Alta voz, firme o entono
Quem manda é o coração.
A palavra é fonte aberta
no caudal de sua boca.
Fogo ardente é coisa pouca
Se a labareda desperta
não atinge a terra inteira.
Leva-se o bago ao lagar
E da espiga o grão na eira.
Traz-se a mesa do lar
Onde se come ao redor
o pão-nosso do senhor!
Ciência quanta resumes
Na prudência e no Conselho
São revivos sete lumes
De força, amor e de zelo!
Já não há medo de alfange
Nem a cruz pode assustar,
Só a fuga ainda confrange
quando acerta de lembrar.
Venha agora quem vier
Decidida está a alma.
Nem que seja até morrer
Que o martírio será a palma
Tudo assim será aceite
Como Ele em puro amor
P'ra ser luz morre o azeite
Bago pisado é melhor.
Pentecostes, vento e fogo
Sacudindo o que é parado
E logo
abrasando o que é chamado.
Pentecostes, sete dons
Vida toda, divo encanto!
Arco-íris nos seus tons
É por ele que a vida canto.
Ficam-me os olhos nos céus
Como doidos sem guarida.
Espírito Santo de Deus
Só de ti lhes vem a vida.
Como a luz se vem à flor
E como a gota à raiz
É de ti que surge o amor
E faz a vida feliz.
E me devora o desejo
Que bem sei não ser falaz
era ser de fogo um beijo
Que por ti nos desse a paz.
E neste encanto a alegria
que nos dá a caridade
ir no céu viver um dia
para toda a eternidade.
créditos : Dionísio de Sousa Contacto:dionisiomendes@gmail.com