ohomemdarádioedapoesiadonatal(ii)
O homem da rádio e da poesia do natal (II)
Antes do natal, a expectativa; depois, o consolo
As outras páginas deste sítio:
Coelho de Sousa-o poeta do silêncio
Coelho de Sousa - o poeta da solidão ferida
Coelho de Sousa o poeta dos olhos de fogo
Coelho de Sousa o poeta enigmático
Coelho de Sousa - o poeta da Ilha-Do-Amor-Por-Vir
Coelho de Sousa - o poeta do salgueiro tenso
Coelho de Sousa o poeta da rua direita do sonho
Coelho de Sousa - o poeta da poesia do povo
Coelho de Sousa - o homem da rádio e da Ilha Terceira
Coelho de Sousa - o homem da rádio e da cidade de Angra
Coelho de Sousa-o homem da rádio e das velhas tradições da Ilha(I)
O homem da rádio e das velhas tradições da ilha (II)
O homem da rádio e da poesia do mar
O homem da rádio e da poesia do mar-espelho
O homem da rádio e do mar-saudadeO homem da rádio e da poesia do natal (I)
O homem da rádio e da poesia do natal (III)
O homem da rádio e da poesia de Nossa Senhora (I)
O homem da rádio e da poesia de Nossa Senhora (II)
O homem da rádio e da poesia de Nossa Senhora(III)
O homem da rádio e o poeta da condição humana (I)
O homem da rádio e o poeta da condição humana (II)
O homem da rádio e o poeta da condição humana (III)
O homem da rádio e o poeta da condição humana(IV)
O homem da rádio e o poeta da condição humana(V)
O homem da rádio e o poeta de condição humana (VI)
O homem da rádio e o poeta da condição humana(VII)
O homem da rádio e o poeta da condição cristã(I)
O homem da rádio e o poeta da condição cristã(II)
O homem da rádio e o poeta da condição cristã(III)
O homem da rádio e o poeta da condição cristã(IV)
O homem da rádio e o poeta da condição cristã(V)
O homem da rádio e o poeta dos temas religiosos(I)
O homem da rádio e o poeta dos temas religiosos (III)
O homem da rádio e o poeta de temas religiosos (II)
A vida é para ti
volta de novo
e sozinha
pelo caminho dos sonetos
nascidos sete dias antes e depois do Natal,
com laivos de dor e de alegrias de encontro
sob o título de
Expectativa e Consolo.
Primeiro Soneto
Estava em mim presente como nunca
a jura que te fiz e não desminto.
Embora a morte venha em garra adunca
É tua esta minha alma e bem a sinto...
E diga o que disser o vil ciúme,
Despreze e renuncie e até afronte
A rosa tem espinho e tem perfume
como tudo o que é beleza que se conte...
Que a menos fala dita é sobreaviso.
Diz mais até silêncio que é conciso
Enquanto os olhos tanto vão mirando
trejeito que se tenha não preciso,
disfarce delambido num sorriso,
Distanciando até Deus sabe quando...
Segundo Soneto
Mas tu não podes ir sem me levar
Embora ressentido o teu amor...
Se tudo já se deu, renunciar
Não é sem muita lágrima de dor.
Negada está moeda em desfavor...
Nem prodigalidade há para dar...
Descansa que és só tu o meu senhor
E podes vir de novo, Oh! verde-mar...
Embarca e faz cruzeiro pólo a pólo ...
A vaga é toda tua e teu consolo
Ninguém irá contigo que te deixe...
És nauta-herói, ao leme o governante,
O príncipe encantado, o loiro infante...
E vais na água posto como o Peixe.
Terceiro Soneto
E toda a noite e o dia como agora
a tua rota e pesca é de milhar.
Podes lançar a rede pela aurora
Ou antes pelo marco do luar...
À esquerda, mais à dextra, borda fora,
A barca é toda tua em verde-mar
A estrela que te guia é sedutora
E podes bem segui-la sem errar ...
Este domínio é puro e grandioso!
Que demandá-lo nunca alguém o ouse
Nem tempo nem intriga hão-de quebrá-lo.
Agora espero só o suavíssimo.
E quero bendizê-lo por isso
À hora que ele vem - missa do galo.
Quarto Soneto
Natal mais uma vez! É renascer.
Infante suavíssimo, com Ele
Gerada a nuvem, fonte que me impele
Ficar presepe e luz o novo ser.
Saber que está presente até morrer,
Gozar da companhia que me vele,
E um no outro vida, e sempre n'Ele
Eternamente a glória em tal viver .
Natal mais uma vez, deixá-lo vivo.
Estrela que me guias a luzir,
Ao meu deserto vem, estou aqui.
E dá-me que o encontre já presente
E faze que eu o beije piamente
A vida é d'Ele, e nossa... É para ti.
Quinto Soneto
E ser a vida um tormento,
O coração desfeito e só ruína,
Em turbilhão confuso o pensamento,
E os nervos a desgraça que amofina.
Meu passo que a amar experimento
Por bem da alma dada e peregrina...
Faça a ascensão de eleito este advento
E fique a alma em graça, áurea , divina.
E rei de estrelas alvas, noite fria;
Pastor do meu rebanho em serrania;
Presentes que tu guardas junto ao peito.
Eu dou e te trarei por meu amor.
Se tu não esqueceste a minha dor
Jamais olvidarei quanto me hás feito.
Sexto Soneto
Se pesa a vida inteira nesse não
Que a mente não perdeu e não retiro,
Milhões de anos pesam num suspiro
Que trago recalcado em aflição.
E vejo a espada ígnea em tua mão,
Sou trânsfuga perdido e só deliro
Qual pródigo esquecido em seu retiro
Que chora o próprio sangue e o coração.
Assim não é viver. E sem alarde
Eu voltarei de novo. Não é tarde
Para escutar da tua boca: assim
Há tanto que te espero. Vem a mim.
Já vou. É um consolo a expectativa.
Terei certeza - amor. E vida viva.
Linque para a página anterior:
O homem da rádio e da poesia do natal (I)
Linque para a página seguinte:
créditos : Dionísio Sousa Contacto dionisiomendes@gmail.com