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A vida é para ti

volta de novo

e sozinha

pelo caminho dos sonetos

nascidos sete dias antes e depois do Natal,

com laivos de dor e de alegrias de encontro

sob o título de

Expectativa e Consolo.

Primeiro Soneto

Estava em mim presente como nunca

a jura que te fiz e não desminto.

Embora a morte venha em garra adunca

É tua esta minha alma e bem a sinto...

E diga o que disser o vil ciúme,

Despreze e renuncie e até afronte

A rosa tem espinho e tem perfume

como tudo o que é beleza que se conte...

Que a menos fala dita é sobreaviso.

Diz mais até silêncio que é conciso

Enquanto os olhos tanto vão mirando

trejeito que se tenha não preciso,

disfarce delambido num sorriso,

Distanciando até Deus sabe quando...

Segundo Soneto

Mas tu não podes ir sem me levar

Embora ressentido o teu amor...

Se tudo já se deu, renunciar

Não é sem muita lágrima de dor.

Negada está moeda em desfavor...

Nem prodigalidade há para dar...

Descansa que és só tu o meu senhor

E podes vir de novo, Oh! verde-mar...

Embarca e faz cruzeiro pólo a pólo ...

A vaga é toda tua e teu consolo

Ninguém irá contigo que te deixe...

És nauta-herói, ao leme o governante,

O príncipe encantado, o loiro infante...

E vais na água posto como o Peixe.

Terceiro Soneto

E toda a noite e o dia como agora

a tua rota e pesca é de milhar.

Podes lançar a rede pela aurora

Ou antes pelo marco do luar...

À esquerda, mais à dextra, borda fora,

A barca é toda tua em verde-mar

A estrela que te guia é sedutora

E podes bem segui-la sem errar ...

Este domínio é puro e grandioso!

Que demandá-lo nunca alguém o ouse

Nem tempo nem intriga hão-de quebrá-lo.

Agora espero só o suavíssimo.

E quero bendizê-lo por isso

À hora que ele vem - missa do galo.

Quarto Soneto

Natal mais uma vez! É renascer.

Infante suavíssimo, com Ele

Gerada a nuvem, fonte que me impele

Ficar presepe e luz o novo ser.

Saber que está presente até morrer,

Gozar da companhia que me vele,

E um no outro vida, e sempre n'Ele

Eternamente a glória em tal viver .

Natal mais uma vez, deixá-lo vivo.

Estrela que me guias a luzir,

Ao meu deserto vem, estou aqui.

E dá-me que o encontre já presente

E faze que eu o beije piamente

A vida é d'Ele, e nossa... É para ti.

Quinto Soneto

E ser a vida um tormento,

O coração desfeito e só ruína,

Em turbilhão confuso o pensamento,

E os nervos a desgraça que amofina.

Meu passo que a amar experimento

Por bem da alma dada e peregrina...

Faça a ascensão de eleito este advento

E fique a alma em graça, áurea , divina.

E rei de estrelas alvas, noite fria;

Pastor do meu rebanho em serrania;

Presentes que tu guardas junto ao peito.

Eu dou e te trarei por meu amor.

Se tu não esqueceste a minha dor

Jamais olvidarei quanto me hás feito.

Sexto Soneto

Se pesa a vida inteira nesse não

Que a mente não perdeu e não retiro,

Milhões de anos pesam num suspiro

Que trago recalcado em aflição.

E vejo a espada ígnea em tua mão,

Sou trânsfuga perdido e só deliro

Qual pródigo esquecido em seu retiro

Que chora o próprio sangue e o coração.

Assim não é viver. E sem alarde

Eu voltarei de novo. Não é tarde

Para escutar da tua boca: assim

Há tanto que te espero. Vem a mim.

Já vou. É um consolo a expectativa.

Terei certeza - amor. E vida viva.

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créditos : Dionísio Sousa Contacto dionisiomendes@gmail.com