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O outro rosto de Coelho de Sousa na internet:Alamo Esguio

Estimado ouvinte,

volta hoje ao RCA a rubrica

a vida é para ti.

E, desta vez, ambientada pelo

mistério das almas

deste Novembro

ensombrado das bombas

da maldade humana.

Toda ela é uma atitude

de quem vive

numa expectativa misteriosa.

Assim, fica-se a minha alma

num silêncio envolta...

E o estro à pena logo a rima solta,

assim feita encantamento:

Domina-me um silêncio extasiante,

Nimbada a fronte fica do sublime.

É raio que a ilumina um só instante?

É prenda à cruz divina que a redime?

É cravo em mão aberta ou peito arfante

ao coração que em lança amor encime?

Ou é demónio atrás de fauce hiante

que ao dente do pecado a vida oprime?

Rompam silêncio, venham dizer quem

me fez extasiado este momento?

Foi Deus? Foi demónio? Ou foi ninguém?

Respondam, que o sublime é já tormento.

Foi Deus? Foi demónio? Que me falem!

Silêncio. Silêncio! Encantamento!

E toda a história humana

se desdobra em mim

desde Adão a Cristo

escrita assim:

Espesso, denso, imenso como um céu

de chumbo negro, opaco e opressor

nasceu, avassalou, recrudesceu

E dominou o mundo num terror,

Que pôs em cada fronte asco e labéu,

em cada lábio roxo, acre travor ,

em cada peito exangue, um escarcéu,

em cada vida e alma, um vil torpor.

E foi de chama ardente, enorme incêndio.

O que ficou no mundo de estipêndio

Ao dente posto na maçã comida!

Perdeu-se em cada lábio, alvo sorriso.

Fechou-se a porta áurea ao paraíso.

E pranto e dor e morte herdou a vida.

Mas Deus é pai

E o pai sempre se dói

Sempre perdoa.

Correram séculos

e assim foi.

Atendei, escutai

Do resgate o hino

posto em loa:

E os séculos foram grãos de muita areia quente

ardidos pelo fogo em aras ao céu erguida

À mão de Abel, o casto, humilde e são, temente

Ou de Caim odioso que lhe tira a vida...

Estrelas que se contam desmedidamente

Junto ao cordeiro em monte, vítima devida,

E sangue na portada assinalando a gente

Que o mar há-de passar a terra prometida.

Água de noite e dia e fogo de Sodoma,

Patriarcais suspiros, lutas e espera,

Cetro de rei e salmo, iris de dor em soma,

Anseios de profetas abrindo ao futuro

o passo e o rumo certo de uma nova era,

até que o messias fosse áureo esteio seguro.

Deus prometeu

e nunca falta.

É maré alta.

Abriu-se o céu.

É a vida que ressalta.

Pois Jesus nasceu.

E o Verbo se faz carne e vimos sua glória

Cantada pelos anjos lá pelas alturas.

A paz voltou à terra. A sua trajectória,

Em palhas dum presépio, frias, mal seguras,

Reencontrou o homem certo da vitória.

Já pode erguer ao céu as mãos tornadas puras,

Rezar: Pai-Nosso, a vida transitória

eterna se tornou em ti que sempre duras!

A cruz nos ombros meus, tal como aos ombros dele

É sacramento doce que p'ra ti me impele.

E eu vivo seduzido num amor tão pulcro

Que, embora saiba o corpo ir ser pó de sepulcro,

A vida já não pesa, já não custa nada,

Assim ungida a alma e n'Ele sacramentada.

E agora dobra o sino

muito ao longe ou perto.

P'ra dizer às almas

que o nosso destino

é seguro e certo:

Fiéis defuntos! Dobram os sinos a finados!

É voz que vem de além mandada em aviso:

Oh! pais, irmãos, parentes e quantos descuidados

andais por esse mundo vário e indeciso.

Lembrai-vos que sois trigo eleito, e é preciso

levá-lo em graça toda ao céu.Enceleirado

sereis no grémio eterno em Deus, no Paraíso,

Se a vida que viverdes, for como se aqui

tivésseis já pesada a alma no castigo

duro ou prémio justo de ser joio ou trigo.

Irmãos sabei: a vida é toda para vós,

Vivei-a bem, ouvi, por Deus a vossa voz

não morre, é eterna a vida que se diz "p''ra ti".

É como se o passado

fora pouco,

agora e tanta vez,

ousado e louco.

Posto em delírio,

o mal em mim refez

o quanto fora asado

em nuvem de martírio.

Outrora a heroicidade portuguesa

Cruzou de um polo ao outro todo o mar,

Agora são heróis de igual nobreza

Cruzando aos quatro ventos pelo ar.

Outrora foi a cruz das caravelas

a dilatar o império e a fé em Deus

Agora a mesma cruz sobe às estrelas

E em asas de aviões domina os céus!

Oh! raça lusitana, Oh! gente forte,

Vencendo em mil batalhas, mil vitórias.

Por terra mar e ar, embora a morte

és grande e nobre. Aqui as tuas glórias

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créditos .Dionísio de Sousa Contacto: dionisiomendes@gmail.com