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Para além da última estrela

Quiseram que eu voltasse em mais

este concerto

em ré maior.

Voltei, é certo,

Ninguém resiste à lei do puro

amor.

E volto para dizer aqui

o mesmo que há sete anos;

Embora a dor,

O pranto,

O sonho e mil enganos,

A vida é para ti...

A vida é para ti, enquanto

neste mundo for

teu corpo e alma...

A vida é para ti, muito melhor,

depois que a palma

de bem vivê-la

te for entregue além

da última estrela

Ouviste como soa o violino

no frémito das cordas?

Parece grito são, divino

Que um dia te acordou,

recordas,

do nada que tu eras?

E foi para te dar

alto destino,

amar,

que tu crês e esperas.

Tu sabes como eu:

Não cabe nas esferas

da terra negra e céu

de nuvem breve

a força da evasão

que em nós nasceu.

Para retê-la aqui

qualquer esforço é vão.

Deixa que a graça a leve,

E deixa-te subir, voar.

Que a vida é para ti,

além de tudo...

E o mar

sem horizonte,

em si total, inteiro,

Há-de ser paz e fonte

do teu viver primeiro.

Não deixes de colher por esse

mundo

O fruto dos teus olhos e teus passos...

A mão aberta em dar e receber

profundo

o que se gera na terra e grana

nos espaços.

Da tua língua e lábios,

esse abismo fundo,

Floresça a fala, o beijo amadureça,

abraços

se cruzem peito a peito em que feliz me inundo

perdido e encontrado num anel de braços.

À porta do palácio fique o tal ferrete

E vá adiante a aura p'ra o banquete.

Na mesa, há pão e vinho que ofertou amor.

Há música de anjos a cantar bem-vindo

E paz e alegria num regresso infindo

da vida assim, meu Deus, que paraíso em flor!

Areias e estrelas, uma a uma,

serão rosário preso em cadeia

Para rezar à vida... Nenhuma

há-de faltar ao fogo que a incendeia.

O peito nosso aberto e que se alteia

na chama vertical por que se afirma.

Estrelas são no céu áurea candeia.

Areias são incenso que se esfuma.

E brasa e fumo são nosso fadário

de areias e estrelas em rosário...

O sol será pai-nosso, e mais a lua,

piedosa e doce mãe, Salvé rainha

a quem eu devo e dou a vida minha

a quem darás, volvendo, a vida tua!

Entendes quanto fica neste verso

ouvido entre acordes de Beethoven?

É alto e fundo, unido e disperso

o seu sentido eterno, que mal ouvem

os homens deste mundo vário, incerto,

o grito da distância que convém

e sem findar atroa o universo

em lama e treva que se não comovem!

Oh! pródigo da luz, oh! desgarrado,

não cantes mais a letra desse fado

triste. Toca guitarra, exulta e ri alegre.

Herói e santo, de vencida

Hás-de levar a morte. É tua a vida,

bela e feliz. E a vida é só para ti.

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créditos: Dionísio de Sousa contacto: dionisiomendes@gmail.com