Um tema ainda muito controverso no meio espírita diz respeito aos primeiros estágios de evolução ou desenvolvimento do princípio inteligente. Em particular, a ideia de que ele teve como ponto inicial o reino mineral, passando, respectivamente, pelo reino vegetal e animal, até finalmente transformar-se em Espírito humano, nunca foi plenamente justificada com base na Doutrina Espírita. Visando elucidar essa questão, realizamos um estudo aprofundado das obras da Codificação, de modo a descobrir o que exatamente o Espiritismo diz sobre isso. Uma afirmação dos Espíritos que responderam a questão 540 de O Livro dos Espíritos, gerou a ideia de que o princípio inteligente se inicia pelo átomo, portanto pelo reino mineral. Entretanto, a questão 540 está inserida em um tópico do capítulo IX da referida obra, que trata da ação dos Espíritos sobre os fenômenos da Natureza e não propriamente sobre a progressão do princípio inteligente. Este último assunto é analisado no cap. XI – Os três reinos, de O Livro dos Espíritos. Neste trabalho, mostra-se que, de acordo com o que é ensinado nas obras de Allan Kardec, o princípio inteligente não inicia seu desenvolvimento no reino mineral.

A vida e obra de Rivail/Kardec foi objeto de estudo de seguidores e historiadores do espiritismo antes mesmo de sua desencarnação. Afinal, a vida do Mestre de Lyon foi um exemplo de muitas virtudes. Porém, com o passar dos anos, as dificuldades de acesso a documentos históricos impediram o aprofundamento nessas pesquisas. Com o avanço dos meios de comunicação e, em particular, da internet, tem se tornado cada vez mais fácil acessar documentos antigos, assim como disponibilizá-los para a Sociedade. Uma versão resumida de um extenso trabalho de pesquisa realizado por nós nos últimos anos sobre as fases da vida de Rivail, totalmente baseada em documentos históricos, é aqui apresentada. Descobertas inéditas sobre a vida de Kardec e correções de alguns equívocos apresentados por alguns de seus biógrafos são apresentadas. O acesso ao trabalho completo onde disponibilizamos gratuitamente todos os resultados dessa pesquisa também é apresentado. De modo geral, a pesquisa aborda os seguintes tópicos: genealogia, juventude em Yverdon, carreira militar, carreira educacional e sociedades das quais fez parte, outras profissões, atividades em teatros e últimas ocupações como Rivail, detalhes em torno da sua desencarnação, informações controversas de alguns biógrafos, e outros dados estão disponibilizados ao movimento espírita.

Os passes estão, originalmente, ligados às práticas do magnetismo, mas foram amplamente adotados pelo movimento espírita. Embora Kardec tenha usado poucas vezes a palavra passes nas principais obras da Doutrina Espírita, fenômenos relacionados como a mediunidade de cura e a imposição de mãos têm bases doutrinárias. As práticas de passes adotadas pelo movimento espírita apresentam uma multiplicidade de técnicas cuja coerência doutrinária nunca foi analisada. As obras veiculadas no meio espírita que propõem e ensinam as técnicas de passes não apresentam uma uniformidade de conceitos e podem se afastar da coerência doutrinária. Neste artigo, apresentamos o primeiro estudo reflexivo sobre as bases doutrinárias das técnicas de passes. Para isso, primeiro, revisamos o entendimento doutrinário sobre a forma de emitir e receber fluidos espirituais, segundo o espiritismo. Em seguida, analisamos a (in)coerência doutrinária das técnicas de passe mais comuns. Depois, refletimos sobre a validade de alguns argumentos usados em defesa do uso de tais técnicas. Por fim, mostramos evidências científicas experimentais em desfavor do uso de técnicas de passes. Propomos a adoção da prática mais simples de passes espíritas, aliás originalmente proposta por Herculano Pires: a imposição de mãos.

O Espiritismo foi elaborado, desde o princípio, como uma Ciência com objeto próprio: o estudo das relações entre os Espíritos encarnados e os desencarnados, e suas consequências filosóficas e morais. De acordo com Kardec, o materialismo é o principal problema ideológico da humanidade, a causa potencial de consequências morais trágicas, a que a Ciência e a Filosofia espíritas se contrapõem. A filosofia materialista, assim como outras correntes filosóficas idealistas e espiritualistas, admitem o progresso das chamadas Ciências Naturais como uma de suas bases, porém consideram que o fundamento de toda a realidade está apenas no campo da matéria. A concepção científica de matéria foi sendo modificada com o tempo e é necessário atentar para o seu significado quando da elaboração das obras de Kardec, em comparação com o entendimento atual, para não criar mal-entendidos quando se divulga as idéias básicas do Espiritismo. O presente artigo faz uma síntese histórica do desenvolvimento das ideias científicas sobre a essência da matéria e do vazio, analisando sua eventual influência nas bases da filosofia materialista. Por outro lado, é interessante analisar as previsões sobre essas questões feitas pelos Espíritos nas obras espíritas fundamentais e compará-las com as idéias científicas atuais. Notaremos neste artigo que, apesar da influência do materialismo, na essência, a Ciência tem caminhado na direção prevista pelos Espíritos, além de clarear cada vez mais a nossa compreensão dos conceitos doutrinários.

Allan Kardec procurou, em suas obras espíritas, apresentar os conceitos das ciências de sua época junto com os resultados de suas pesquisas no campo da ciência e da filosofia espírita. Após sua morte, e com o tempo, novas descobertas propiciaram a atualização dos conceitos científicos, em diversos campos. O presente artigo faz uma síntese das principais descobertas e teorias astronômicas desde o século XIX até a atualidade, a partir das informações históricas e científicas sobre o assunto inseridas por Kardec nas obras fundamentais do Espiritismo. Adicionalmente, tais dados são comparados às informações e instruções dadas pelos Espíritos consultados por Kardec e inseridas nessas obras sobre as questões do espaço universal, da formação e movimento da Terra, dos mundos, das estrelas e da Via Láctea, além da pluralidade dos mundos habitados.