Jornal de Estudos Espíritas 5, 010207 (2017).

É correto falar magnetismo?

Is it correct to say magnetism?

Alexandre Fontes da Fonseca.1

1 Campinas, SP.

Recebido em 12 de Outubro de 2017 e publicado em 12 de Novembro de 2017.

Versão “carta” do trabalho “Magnetismo ou Espiritismo?” apresentado no 13o ENLIHPE, ocorrido nos dias 26 e 27 de agosto de 2017, com apoio da USE e CCDPE.

Como citar: A. F. da Fonseca, Jornal de Estudos Espíritas 5, 010207 (2017), DOI: 10.22568/jee.v5.artn.010207.

Resumo:A palavra magnetismo tem significado muito bem definido pela Ciência atual. Na época de Kardec, entretanto, era utilizada para descrever tanto as forças atrativas e repulsivas entre alguns materiais minerais, quanto os efeitos da aplicação de passes e imposições de mãos em terapias propostas por Mesmer. Embora esta última, que ficou conhecida como magnetismo animal, não tenha conseguido se firmar na Ciência oficial, a utilização do termo magnetismo predominou em nosso movimento espírita, em detrimento, muitas vezes, do uso dos próprios termos espíritas. Apresentamos aqui uma reflexão a respeito da validade científica do uso do termo magnetismo na descrição de alguns fenômenos espíritas. Vamos mostrar que mesmo Kardec tendo apoiado a então crescente ciência do magnetismo animal, ele descobriu que além de não explicar todos os fenômenos de cura, o termo magnetismo era impróprio para descrição do fenômeno. A prática do passe espírita não muda, pois ela não depende em si da escolha dos termos que as explicam. A fé raciocinada pede compreensão do significado dessas práticas de uma forma coerente tanto com o espiritismo quanto com a atualidade do conhecimento científico do mundo. Se, de um lado, o termo magnetismo não pode mais explicar ou descrever essa fenomenologia espírita, é necessário reconhecer, de outro, a excelência do Espiritismo em apresentar um corpo teórico capaz de fornecer tal explicação. Este artigo é uma versão curta e breve de um trabalho mais elaborado que foi apresentado no 13o Encontro Nacional da LIHPE. A versão mais completa do trabalho será publicada em breve.

Abstract: The word magnetism has a well defined meaning in Science. At Kardec’s time, it had other meanings. It was used to describe the attractive and repulsive forces present in regular known magnetic minerals, and in the so-called laying-on-of-hands based medical treatments proposed by Mesmer. This last one was called animal magnetism. Although animal magnetism had not been accepted by the mainstream of Science, the term magnetism remained within the spiritist movement, sometimes to the detriment of our own spiritist terms. Here, I present a reflection on the use of the term magnetism to describe the spiritist phenomena of healing. I will shown that although Kardec has supported the as-growing old science of animal magnetism, he found out that it could not explain the most of the spiritist phenomena as well as he knew that the term magnetism was inappropriate to the description of those phenomena. It is important to say that the practice of the spiritist passe is not affected by the reflections presented here. It is just the use of the term magnetism that is being suggested to be avoided. It is important to realize that the spiritism has an excelent theoretical framework to describe and explain all these spiritist phenomena, including the spiritual healing. This paper is a short version of a work presented at the 13rd National Meeting of LIHPE. The full version of this study will be published soon.

© 2017 - Autor(es)

Link para o artigo: [PDF (663 Kb) - DOI: http://dx.doi.org/10.22568/jee.v5.artn.010207]