Proterochampsidae (PROTEROCAMPSÍDEOS)

Os mestres das águas


Vista lateral do crânio de Cerritosaurus binsfeldi, um pequeno proterocampsídeo encontrado em Santa Maria.

Os proterocampsídeos foram arcossauromorfos provavelmente especializados em caçar peixes em ambientes aquáticos. Muitas espécies apresentavam de um até dois metros, e são caracterizados por apresentarem um crânio bastante alongado, como o dos crocodilos e garças atuais, além do dinossauro Spinosaurus. Seus hábitos provavelmente lembravam estes animais, como também o dos temnospôndilos do Permiano Superior. Restritos ao Triássico Médio e Superior, estes eram os mestres das águas, ao menos no Brasil e na Argentina. Até hoje este grupo só é encontrado na América do Sul, mostrando que mesmo com o supercontinente Pangéia, ainda existiam barreiras que criavam estes endemismos.

Ainda que passassem boa parte do tempo próximo aos corpos d’água, alguns destes animais também estavam adaptados a perambular ao menos momentaneamente pelas planícies. A aparência dos proterocampsídeos lembra a dos crocodilianos atuais, entretanto eles são tão parentes deles quanto das aves atuais. Na realidade, o ancestral que deu origem ao grupo dos dinossauros e dos pseudossúquios (que incluem os crocodilianos) também deu origem aos proterochampsídeos. Os proterocampsídeos foram um dos mais emblemáticos grupos do Triássico Superior da América do Sul. E o Proterochampsa, que dá nome ao grupo, é o mais intrigante de seus membros.

Os proterochampsídeos juntamente com seus parentes próximos os doswelídeos (Estados Unidos e Alemanha) e o estranho Vanclavea (Estados Unidos) parecem ter trilhado um caminho evolutivo de retorno à água. Todas as espécies parecem ter alguma adaptação à vida aquática, mesmo que parcialmente. O Vanclavea foi talvez mais longe, passando a viver quase todo o tempo dentro d’água. Já os proterochampsídeos parecem apresentar hábitos intermediários, como o Chanaresuchus um gênero de animais mais terrestre, já que suas órbitas eram voltadas mais lateralmente. Isto difere da condição de Proterochampsa, com órbitas dorsalizadas, sendo considerado um proterochampsídeo mais semi-aquático.


VER:

Referências:

Da-Rosa, Á.A.S. (2009) Vertebrados fósseis de Santa Maria e região, 480 p.