Procolophonoidea (PROCOLOFONÓIDES)

Os estranhos e últimos pararrépteis

Os procolofonóides foram os únicos pararrépteis a sobreviverem à extinção em massa do final do Permiano. Eles surgiram ainda durante o Neopermiano, quando os pararrépteis apresentavam uma grande diversidade de formas, como os rápidos bolorossaurídeos e os grandes herbívoros pareiassauros. Os procolofonódes eram animais similares a lagartos, apresentando duas famílias, os procolofonídeos e os owenetídeos. Ambos os grupos apresentam um corpo mais atarracado e robusto, ainda que não ultrapassasse o tamanho de um lagarto grande, como o teju atual.

Os procolofonídeos apresentam diversas espécies, descobertas no mundo todo, incluindo no Brasil (Procolophonda Formação Sanga do Cabral) e na Antártica. Durante o Triássico, os procolofonídeos evoluíram para uma alimentação fibrosa de origem vegetal, dada por alterações em sua dentição. Neste sentido, se tornaram um componente importante para os ecossistemas, sendo um dos grupos mais abundantes durante o Eotriássico. Os owenetídeos formam um grupo menos conhecido, de morfologia distinta dos procolofonídeos. Após a extinção, eles perderam grande parte de sua diversidade, sobrevivendo junto aos procolofonídeos e mantendo sua dieta de insetívoros ou carnívoros de pequeno porte durante o Triássico. Durante muito tempo se pensou que os owenetídeos estavam restritos a região onde hoje é África continental e Madagascar, mas materiais foram identificados para o Triássico do sul do Brasil.

Os últimos procolofonídeos e owenetídeos são justamente encontrados no Brasil, no Estado do Rio Grande do Sul. O último owenetídeo viveu há aproximadamente 240 milhões de anos atrásonde hoje fica a cidade de Candelária, seu nome é Candelaria barbouri. Este pequeno pararréptil viveu antes do aparecimento dos primeiros dinossauros, coexistindo com pequenos cinodontes como o Bonacynodon e provavelmente fugiu de grandes predadores como o rauissúquio Prestosuchus. Os procolofonídeos perduraram um pouco mais, sendo Suturnia caliodono último representante do grupo no mundo. Ele coexistiu com os primeiros dinossauros, como o Guaibasaurus candelariensis, provavelmente se defendendo destes com uso de seus espinhos na cabeça.


VER:

Referências:

Da-Rosa, Á.A.S. (2009) Vertebrados fósseis de Santa Maria e região, 480 p.