Dinodontosaurus oliveirai

Grandes herbívoros terrestres com dentes de morsa

Crânio de Dinodontosaurus oliverai, na exposição permanente do Museu de Paleontologia “Irajá Damiani Pinto”, da Universidade Federal do Rio grande do Sul, Porto Alegre (RS, Brasil). Fotografia de Francesco Battista


Um dos fósseis mais abundantes desta idade na América do Sul, o Dinodontosaurus foi um herbívoro bastante diferente dos atuais, apresentando um bico e duas grandes presas. Chegando a quase 3 metros de comprimento, estes animais provavelmente viviam em grupo como os elefantes e zebras atuais.

FICHA TÉCNICA

Classificação: Synapsida: Anomodontia: Dicynodontia: Kannemeyeriidae.

Alimentação: Herbívoros.

Comprimento: Adultos de até 2,5 metros de comprimento.

Peso: Mais de 300 kg.

Época: Triássico Médio-Superior, aproximadamente 240 Ma (Ladiniano-Carniano).

Distribuição: sul do Brasil e noroeste da Argentina.

Sítios onde foram encontrados em Candelária: regiões de Pinheiro e de Bom Retiro (ver MAPA).

O nome “Dinodontossauro” significa “lagarto de dentes terríveis”, devido à presença de duas grandes e robustas presas voltadas para baixo. Enquanto “oliverai” em homenagem à Eusébio de Oliveira, ex-Diretor do Serviço Geológico do Brasil (hoje CPRM) e falecido em 1939. São também caracterizados pela ausência dos outros dentes e por uma boca parecida com a das tartarugas atuais. Vários foram os achados osteológicos e icnológicos, na região de Candelária assim como em outras do RS e da Argentina, sugeriram a ideia de gregarismo dentro deste grupo. A abundancia de achados, junto com um bom grau de completude esquelética, favoreceram estudos de biomecânica e da anatomia “em vivo” dos dinodontossauros. Com base nesses estudos, sabemos hoje que Dinodontosaurus e, possivelmente, também outros dicinodontes triássicos possuíam patas com almofadas carnosas “palmar” e “plantar” e almofadinhas nos dedos.


Reconstrução digital “em vivo” de dicinodonte com enfoque nas quatro patas, baseado em Dinodontosaurus oliverai, realizada pelo artista italiano Fabio Manucci. A) vista caudal; B) vista lateral direita; C) detalhe da anatomia osteológica do pé direito, em vista anteroventral; D) vista plantar do mesmo pé direito. Em amarelo, em contato com os ossos das patas, são evidenciadas as almofadas carnosas que amorteciam o impacto dos ossos, ao caminhar. Retirado de Citton et al.(2018), PeerJ, https://doi.org/10.7717/peerj.5358

Referências:

Citton, P.; Díaz-Martínez, I.; de Valais, S.; Cónsole-Gonella (2019) PeerJ, https://doi.org/10.7717/peerj.5358

Da-Rosa, Á.A.S. (2009) Vertebrados fósseis de Santa Maria e região, 480 p.

Huene, F.V. (1942) Répteis fósseis do Gondwana Sul-americano (tradução de 1990), 352 p. + 38 pranchas

Lucas, S.G.; Harris, S.K. (1996) Paläontologische Zeitschrift, https://doi.org/10.1007/BF02988096

Morato, L. (2006) Dissertação de Mestrado – UFRGS, https://lume.ufrgs.br/handle/10183/6217