Bonacynodon schultzi

Sob os braços do Dicynodonte

"Bona” se refere ao paleontologo argentino Dr. José Fernando Bonaparte, o qual realizou diversos trabalhos nos afloramentos Triássicos do Rio Grande do Sul, em parceria com as equipes locais; “cynodon” refere-se ao grupo dos cinodontes, ao qual oespécie pertence. O epíteto especifico “schultzi” é uma homenagem ao paleontólogo Dr. Cesar Leandro Schultz, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, importante paleontólogo do estado, com grandes contribuições ao estudos paleontológicos e bioestratigráficos.

FICHA TÉCNICA

Classificação: Amniota; Sinapsida; Cynodontia; Probainognathia; Probainognathidae;

Alimentação: carnívoro insetívoro

Comprimento: aproximadamente 40 cm

Peso: menos de 1 kg

Época: Triássico Medio-Superior, aproximadamente 240 Ma (Ladiniano-Carniano).

Distribuição: Brasil

Sítios onde foram encontrados: Região de Pinheiros em Candelária

Essa espécie de cinodontes apresenta um tamanho pequeno em relação aos outros cinodontes (ex. Chiniquodon e Exaeretodon). Suas características estão relacionadas ao número de dentes e algumas características destes. A principal característica de Bonacynodon que o destingue dos outros cinodontes Probainognathia é o canino grande e comprimido, apresentando formato de “faca” e com serrilhas somente na sua face posterior. Além disso a espécie apresenta quatro incisivos superiores (na pré-maxila), com tamanho similar, sendo que o quarto (mais próximo do canino) menor. Os pós-caninos superiores (na maxila) são comprimidos e cortantes e apresentam de 3 a 5 cúspides alinhadas (pontas da coroa do dente). O fóssil de Bonacynodon schultzi foi encontrado em cima de um úmero de dicinodonte, proveniente da região de Pinheiros (ver MAPA).

Referências:

https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0162945

A FICHA DO BICHO

Imagem: Museu Aristides Carlos Rodrigues.

Reconstituição artística e parte da mandíbula do cinodonte Bonacynodon schultzi: comedor de insetos viveu há mais de 230 milhões de anos. Ilustração: Jorge Blanco | Plos ONE.


Dentes do Bonacynodon schultzi.

NA MÍDIA

Duas novas espécies de cinodonte, vasto grupo de animais que inclui os ancestrais dos mamíferos, encontradas em solo gaúcho, foram descritas na literatura científica (Plos One, 5 de outubro). Ambas representam pequenas formas de cinodonte, com comprimento entre 15 e 30 centímetros, cuja aparência lembra ratos ou esquilos selvagens. As espécies foram batizadas por paleontólogos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, campus Porto Alegre, que analisaram fósseis recuperados em rochas do período Triássico Médio Superior, formadas entre 237 e 235 milhões de anos atrás. Dois crânios e mandíbulas achados em 1946 no município de Candelária (RS), mas só agora estudados, serviram de base para descrever o Bonacynodon schultzi. O nome do gênero, também novo, é uma homenagem ao paleontólogo argentino José Bonaparte e o da espécie, ao colega paleontólogo da UFRGS César Schultz. A outra nova espécie, Santacruzgnathus abdalai, foi descrita a partir de uma mandíbula com dentes encontrada no município de Santa Cruz do Sul e sua designação é uma referência ao também paleontólogo argentino Fernando Abdala, especialista em cinodontes sul-americanos e africanos. “Os novos fósseis ajudam a compreender mais detalhadamente a evolução das formas pré-mamíferas que deram origem ao grupo dos mamíferos”, explica Agustín Martinelli, doutorando da UFRGS e principal autor do estudo.

Pesquisa FAPESP (2016)