Notas históricas

A Escola Secundária de Ferreira Dias prolonga no tempo a Escola Industrial e Comercial de Sintra e surgiu no contexto da criação de novas escolas técnicas, por parte do Estado Novo, na sequência da reforma cujas bases foram promulgadas pela Lei n.º 2025, de 19 de Junho de 1947. Visava-se, então, o desenvolvimento do ensino técnico profissional.

A Escola Industrial e Comercial de Sintra foi criada pelo Decreto-Lei n.º 42.368 de 4 de Julho de 1959 e veio a ser construída em Agualva-Cacém, na Quinta da Nora. Algumas reportagens da época manifestavam o desagrado de alguns por a escola não ter sido construída em Sintra, sede do concelho.

Primeiro logótipo da escola

Os cursos criados foram: Ciclo Preparatório do Ensino Técnico; Curso Geral do Comércio; Curso de Formação Feminina; Curso de Formação de Serralheiro; Curso de Formação de Montador Electricista e três cursos em regime de aperfeiçoamento: Curso Geral de Comércio; Curso de Formação de Serralheiro e Curso de Formação de Montador Electricista.

A escola funcionou inicialmente no edifício conhecido hoje por “Escola Velha”, tendo a direcção sido confiada ao Licenciado em Ciências Matemáticas, professor efectivo do 1º grupo, Aires Argel de Melo Biscaia.

A população escolar* aumentou rapidamente. De 201 alunos, 7 turmas e 9 professores, no ano lectivo de 1959/60, passou para 4312 alunos, 137 turmas e 180 professores, no ano lectivo de 1967/68, atingindo o número recorde em Portugal, na década de 70, de 6000 alunos, tendo este número vindo a diminuir, gradualmente, nos últimos anos.

O rápido crescimento da população escolar levou à construção de pavilhões provisórios até à conclusão do novo edifício da escola.

O edifício actual começou a ser construído em 26 de Junho de 1961 e foi inaugurado no ano lectivo de 1963/64.

O Decreto n.º 457 de 28 de Outubro de 1971 separou a Escola Industrial e Comercial de Sintra em duas escolas: a Escola Técnica de Ferreira Dias e a Escola Técnica de Gama Barros. Estas escolas funcionaram no mesmo edifício enquanto a Escola Gama Barros não possuiu instalações próprias.

O processo de separação das instalações das escolas foi demorado, só se tornando definitivo em 1 Outubro de 1985.

A Lei n.º 5/73, mais conhecida por reforma Veiga Simão, alterou a designação das escolas Industriais e Comerciais, que passaram a denominarem-se de Técnicas. A escola passou então a designar-se por Escola Técnica de Ferreira Dias.

A criação do Ensino Secundário Unificado em 1975, após o 25 de Abril de 1974, conduziu à abolição de distinções entre as escolas, que passaram a ser todas designadas por Secundárias. Data desta época a última designação da escola: Escola Secundária de Ferreira Dias

Actual logótipo da escola

O edifício inicial, até aos dias de hoje, não sofreu alterações significativas e continua a ser um dos maiores do país. A escola já atravessou várias conjunturas e tem dado um importante contributo à região, continuando, com o empenho da comunidade educativa, a participar na construção de um futuro melhor para os homens e mulheres do amanhã.

"Sinto-me reconhecida pela pessoa que teve a ideia de dar o nome do meu marido a uma escola e penso também que foi muito justo."

«Elisa Ferreira Dias»

(Viúva do Eng. Ferreira Dias)

*Dados que constam no livro "DEZ ANOS DE ACTIVIDADE DA ESCOLA INDUSTRIAL E COMERCIAL DE SINTRA"

(Publicação comemorativa do 10.º aniversário da E.I.C.S.)