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O que é Estatística ?

A Estatística está presente em todas as áreas da ciência que envolvam o planejamento do experimento, a construção de modelos, a coleta, o processamento e a análise de dados e sua consequente transformação em informação, para postular, refutar ou validar hipóteses científicas sobre um fenômeno observável. Desta forma, a Estatística pode ser pensada como a ciência de aprendizagem a partir de dados. No mundo moderno, a alta competitividade na busca de tecnologias e de mercados tem provocado uma constante corrida pela informação. Essa é uma tendência crescente e irreversível. O aprendizado a partir de dados é um dos desafios mais relevantes da era da informação em que vivemos. Em linhas gerais, podemos dizer que a Estatística, com base na Teoria das Probabilidades, fornece técnicas e métodos de análise de dados que auxiliam o processo de tomada de decisão nos mais variados problemas onde existe incerteza.

Os métodos estatísticos foram desenvolvidos ao longo do século XX como uma mistura de ciência, tecnologia e lógica para a solução e investigação de problemas em várias áreas do conhecimento humano (Stigler, 1986).

O relacionamento da Estatística com as demais ciências é cada vez mais intenso e importante. Os métodos estatísticos são largamente empregados em diversas áreas como, por exemplo, Genética, Economia, Ciências Sociais, Engenharias, Ciência da Educação, Administração, Ciência da Computação, Medicina, Biologia, Psicologia, etc. Com o advento da computação, a estatística teve um enorme crescimento e alcançou níveis nunca antes imaginados. Atualmente, com o auxílio sempre crescente da informática, as aplicações da estatística se estendem a, praticamente, todas as áreas e subáreas do conhecimento. (Cordeiro, 2006).

No Brasil a área de Estatística está bem consolidada. A fundação da Associação Brasileira de Estatística (ABE) foi fundamental para promover e alavancar as atividades de ensino e pesquisa em Estatística no País. A ABE é responsável por várias reuniões especializadas regionais e nacionais. Além dessas reuniões, a ABE promove, a cada dois anos, o principal evento nacional na área de estatística, o Simpósio Nacional de Probabilidade e Estatística (SINAPE), com uma média superior a 600 participantes por reunião.

CORDEIRO, G.M.. O Amadurecimento da Pesquisa e Ensino de Estatística no Brasil. arScientia, 2006.

STIGLER, STHEPHEN M. The History of Statistics: The Measurement of Uncertainty Before 1900. The Belknap Press of Harvard University Press. Cambridge, USA, 1986.

Cronologia da Estatística - por Gauss Cordeiro

Mercado de Trabalho - Estatística

O mercado de trabalho em Estatística é amplo e vem crescendo a cada dia. A diversidade de atuação é um dos grandes atrativos da profissão de estatístico, que pode promover a melhoria da eficiência e também a solução de vários problemas práticos importantes em quase todas as áreas do conhecimento.

O Estatístico é um profissional versátil que pode trabalhar em diversas áreas do conhecimento, interagindo com várias equipes multidisciplinares. A sólida formação em teoria e técnicas estatísticas, probabilidade, computação e métodos quantitativos permite ao Estatístico a construção de modelos, o controle e o estudo adequado de fenômenos que envolvam incerteza, além do desenvolvimento e aperfeiçoamento de novas técnicas estatísticas de obtenção e análise de informações.

O campo de aplicação da Estatística é amplo e os métodos estatísticos são utilizados nas mais diversas áreas. Alguns exemplos são:

    1. Indústria: nas atividades de desenvolvimento de novos produtos, controle de qualidade, pesquisa de mercado, etc.;
    2. Hospitais e instituições de pesquisa na área de medicina: em ensaios clínicos, pesquisa de novos medicamentos, determinação de fatores de risco de doenças, etc.;
    3. Instituições públicas: em todos os órgãos que lidam com coleta, análise e processamento de dados tais como EMBRAPA, FIOCRUZ, PETROBRAS, Ministérios Públicos, etc.;
    4. Bancos e seguradoras: em planejamento econômico, aplicações financeiras, seguros, comércio exterior, otimização de procedimentos de atendimento ao público, etc.;
    5. Mercado financeiro: na avaliação dos riscos financeiros, estratégia de investimentos, etc.;
    6. Universidades e outros centros de pesquisa: no ensino de graduação e pós-graduação, e na pesquisa de novos métodos estatísticos, etc.

Veja, nos anexos abaixo, alguns artigos sobre a profissão e o mercado de trabalho em Estatística.

Anexos:

Empresas cada vez Mais Dependentes de Estatísticos - Jornal O Globo - 2005

Curiosidades estatísticas sobre acidentes de trânsito

Não há um dia sequer que se passe e não haja notícias sobre acidentes de trânsito. Segundo dados fornecidos pelo DETRAN mais de 30 mil pessoas morrem no trânsito todos os anos - são mais de 80 pessoas por dia, ou 1 a cada 18 minutos.

Várias estatísticas relevantes, que dizem respeito a todos os tipos de acidentes causados no trânsito, servem como alerta para que se perceba até mesmo os mínimos deslizes que implicam em acidentes. Além do mais, as curiosidades relatadas a seguir podem servir como incentivo para que as pessoas tomem mais cuidados e preservem a segurança no trânsito.

Um dos fatos mais curiosos é que a maioria das colisões ocorre em velocidade entre 40 e 50 km/h, portanto, apenas manter-se em velocidade relativamente baixa não descarta a possibilidade de que aconteça qualquer acidente.

Outros dados relevantes confirmam que o acidente de trânsito é o segundo maior problema de saúde pública do Brasil, perdendo apenas para a desnutrição e que o trânsito é a terceira causa de morte do país ficando atrás apenas das doenças do coração e do câncer.

A empresa Opinion Research Corporation International publicou uma pesquisa revelando que 76% dos motoristas confessam ter o mau hábito de se distrair com outras atividades enquanto dirigem. Segundo relatos as situações que mais causam acidentes ou sustos no trânsito são as seguintes:

* Separando uma briga dos filhos - 26%

* Apagando cigarro - 22%

* Usando o laptop - 21%

* Conversando com um passageiro - 18%

* Falando ao celular - 13%

Mesmo havendo todo o incentivo à segurança no trânsito, as estatísticas de acidentes no trânsito só serão reduzidas quando todos tiverem plena consciência de quão perigosa a direção imprudente pode ser. Por isso, sempre vale a pena pedir para que sempre se mantenha atento à sua e à direção dos demais, para evitar atropelamentos, batidas mais leves e principalmente as colisões fatais, preservando a sua vida e as que estão ao seu redor.

Fonte: Trânsito dez

COMO NÃO GANHAR NA MEGA-SENA

No Brasil, as loterias seduzem milhões de pessoas a cada semana com a esperança de tornarem-se milionárias. É tão grande a fascinação, que jornais publicam quais números foram mais ou menos vezes sorteados e muitos apostadores tentam descobrir a “lógica” dos resultados dos sorteios. Mas há, realmente, alguma técnica para jogar, como defendem alguns, ou isso não passa de simples ilusão?

A Mega-sena é um jogo de azar, pois não há como a habilidade do apostador interferir no resultado. Por que, então, contrariando essa condição, evitamos apostas em combinações seqüenciais, ou formadas por números próximos um do outro?

O raciocínio que norteia tal critério de aposta é o de que seria muito difícil ocorrer tais coincidências. Entretanto, o raciocínio correto é o de que a probabilidade de, em algum sorteio, saírem tais combinações especiais é a mesma de saírem quaisquer outras combinações.

E isso demonstra o quanto é difícil acertar na Mega-sena: a probabilidade de ser sorteada uma combinação selecionada é a mesma de ser sorteada qualquer combinação especial (1, 2, 3, 4, 5 e 6, por exemplo). Portanto, imaginarmos que, afastando as combinações especiais, as probabilidades aumentam é pura ilusão.

De fato, qualquer tentativa de previsão de resultados que se baseie na distribuição dos números no formulário não tem fundamento algum. Os números são apenas signos escolhidos para representar o resultado do sorteio.

Poderiam ser substituídos por quaisquer outros símbolos, como desenhos de frutas, nomes de mulher, ou letras, e não precisariam estar em seqüência. Além disso, o resultado da Mega-sena é uma combinação de seis números (o seu universo é de 50.063.860 de possíveis resultados), e considerar, de forma isolada, quantas vezes um número foi sorteado sequer tem significado estatístico.

Em relação às estatísticas, a Matemática nos diz que um jogo como o da Mega-sena é regido por um processo que não tem “memória”. Isto significa que o resultado do evento anterior não exerce qualquer influência sobre o resultado do evento futuro. Se, daqui a 100 anos, ainda existir a Mega-sena, terão sido observados pouco mais de 0,01% dos 50.063.860 de possíveis resultados, se não houver a repetição de qualquer resultado de sorteio. Vemos, portanto, que previsões baseadas nos pouco mais de 300 sorteios da Mega-sena até agora realizados levam em conta apenas cerca de 0,0006% do universo de resultados possíveis. Mesmo que houvesse uma lógica na seqüência de resultados (e não há!), seria muito difícil descobri-la com base nessa insignificante amostra.

Por fim, poderíamos entender o significado da probabilidade de acertar na Mega-sena com um exemplo mais concreto. Se, durante 50 anos, jogássemos 100 jogos por dia de aposta (duas vezes por semana), nossa chance de acertar ao menos uma vez seria de pouco mais de 1%. Portanto, jogando duzentos reais por semana, durante 50 anos, nossa chance de não ganhar na sena seria de 99%.

Portanto, aí está a receita para não ganhar na mega-sena: jogar toda semana, durante 50 anos, gastando 200 reais por semana (probabilidade de ganhar: menos de 1%).

Por José Antonio Francisco (http://www.sigmasociety.com/artigos)