O SPLE – Seminário de Pesquisa em Letras – reúne graduandos, pós-graduandos com pesquisa em andamento, mestres e doutores formados pelo Programa, professores do PLE/UEM e de outras instituições brasileiras, de diversas filiações teóricas para oportunizar um espaço de debate, com vistas a expor as pesquisas em andamento, sem excluir a apresentação das já concluídas. É um espaço para a reflexão e discussão conjunta sobre os diferentes objetos de pesquisa, que incluem problemas de análise, teorias, metodologias de trabalho, campo de atuação etc. Tal evento tem o intuito de realizar um convívio integrado entre estudos linguísticos e literários, no âmbito de seu ensino, descrição e uso em contextos de produção, recepção e circulação. Além disso, o seu mérito está em fomentar ações de cultura e extensão que ampliam a própria formação curricular do pós-graduando de Letras ao enriquecer seu conhecimento acadêmico e cultural.
Neste ano de 2024, as atividades voltam a ser totalmente PRESENCIAIS. Além disso, o evento será realizado em conjunto com o VI Encontro de Egressos do Programa de Pós-Graduação em Letras e com o VI Simpósio “Transculturalidade, Linguagem e Educação - Educação linguística, sustentabilidade e capital”, promovido em parceria com o GT ANPOLL “Transculturalidade, Linguagem e Educação”, abordando a temática "Educação linguística, sustentabilidade e capital".
Com essa temática, esperamos promover um espaço de discussões sobre a educação linguística como espaço de lutas anticoloniais contra o capital e os discursos de ódio. O capitalismo tardio, com a globalização, produziu, por um lado, possibilidades inéditas de circulação de informações e recursos, e, por outro, a lógica da globalização e o fracionamento das cadeias produtivas significaram em muitos contextos um aprofundamento das diferenças sociais. Enquanto certos grupos sociais foram privilegiados, tornando-se os sujeitos transnacionais da globalização, migrações forçadas e fenômenos climáticos extremos têm atingido mais as populações periféricas. A linguagem tornou-se parte ainda mais relevante nesse processo de estratificação, muitas vezes mediando processos de categorização e de polarização que organizam e legitimam a desigualdade (HELLER, 2011). A agenda 2030 da Unesco/ONU nos apresenta objetivos de desenvolvimento sustentável para a educação. Como promover esses objetivos em uma sociedade capitalista que nos concebe como consumidores? São necessárias práticas e lutas antirracistas, anticoloniais? Qual o papel da linguagem nessas lutas? Há esperança?
A arte do evento procura trazer a interseccionalidade entre educação linguística, sustentabilidade e capital. Os círculos em intersecção e movimento, nas cores vermelho, verde, amarelo e azul, representam os elementos terra, natureza, ar, água e o círculo em listras, o capital. O círculo ao meio, com bolinhas pretas de diferentes tamanhos, mostra alternativas situadas em interseção, as quais precisaríamos conhecer para propor uma educação linguística para o antirracismo, para a descolonialidade. Ao fundo, o mapa-mundi invertido, como uma possibilidade anticolonial, distinta e insubordinada.