Jachaleria candelariensis

O último dicinodonte brasileiro

Ilustração: Ezequiel Vera.

Num momento no qual todo o mundo prepara-se ao domínio dos dinossauros, o dicinodonte Jachaleria era o maior herbívoro não-dinossauriano do Brasil e da América do Sul.

FICHA TÉCNICA

Classificação: Synapsida: Anomodontia: Dicynodontia: Stahleckeriidae.

Alimentação: Herbívora.

Comprimento: até 3 metros

Peso:até 300 kg

Época: Triássico Superior, aproximadamente 225 Ma (Noriano).

Distribuição: sul do Brasil e noroeste da Argentina

Sítios onde foram encontrados em Candelária: sítio Botucaraí (ver MAPA).

O gênero Jachaleria deve o seu nome ao local onde foi encontrado pela primeira vez, na “Quebrada dos Jachaleros”, no norte da Argentina, em rochas da mesma idade das que se encontram na região de Candelária, justificando o nome específico (candelariensis = de Candelária). Embora o tamanho seja parecido com o dicinodonte Dinodontosaurus, o que os diferencia principalmente é a completa ausência das presas em Jachaleria. No lugar das presas, são bem visíveis às projeções caniniformes ósseas (uma por cada lado), como ocorre em Stahleckeria, uma característica típica dos dicinodontes da família Stahleckeriidae. Apesar do surgimento dos dinossauros herbívoros de maior porte seja coincidente com a ocorrência de Jachaleria, a distribuição deste dicinodonte foi bastante ampla, com um registro fóssil rico. Esta abundância no registro fez com que durante algum tempo um pacote sedimentar do Triássico do RS fosse informalmente conhecido como “Intervalo de Jachaleria”. Hoje, sabe-se que estes animais coexistiram com o dinossauro Guaibasaurus candelariensis e com os pequenos cinodontes Riograndia.

Crânio de Jachaleria candelariensis, na exposição permanente do Museu de Paleontologia “Irajá Damiani Pinto”, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (RS, Brasil). Fotografia de Francesco Battista.

Família de Jachaleria candelariensis. Foto: Folha de Candelária.

Referências:

Da-Rosa, Á.A.S. (2009) Vertebrados fósseis de Santa Maria e região, 480 p.

Francischini, H. (2014) Dissertação de Mestrado – UFRGS, https://lume.ufrgs.br/handle/10183/94688

Schultz, C.L.; Scherer, C.M.D.S.; Barberena, M.C. (2000) Revista Brasileira de Geociências, http://www.ppegeo.igc.usp.br/index.php/rbg/article/view/10829

Soares, M.B.; Schultz, C.L.; Horn, B.L.D. (2011) Anais da Academia Brasileira de Ciências, http://dx.doi.org/10.1590/S0001-37652011000100021

Veja-Dias, C.; Schultz, C.L. (2004) PaleoBios, v. 24, n. 1, p. 7-31