A compreender e elaborar argumentos lógicos;
A refletir sobre a relação de dominação, competição e predação do “homem” no planeta Terra;
A interpretar a relação humana com o meio em que está inserido;
A reconhecer o papel do “homem” como protagonistas dos impactos gerados ao meio ambiente;
A prospectar na Educação Ambiental possibilidades de um modelo que possa ser implementado segundo as legislações federais, estaduais e municipais.
Qual a sua e/ou a nossa relação com o meio em que estamos inseridos? Somos dominantes, competidores ou predadores do planeta chamado TERRA?
As ações humanas sempre alteraram as características ambientais, especialmente a seu favor, deixando rastros por onde passa. No contexto histórico, o deixar de ser nômade para o estabelecimento das civilizações fez com que houvesse uma busca maior dos recursos naturais, sendo pela ocupação ou sobrevivência. Os impactos podem manifestar-se em forma de destruição de ambientes naturais, redução de indivíduos ou extinção de espécies, aumento da temperatura global, acidificação dos oceanos, comprometimento de serviços ecossistêmicos essenciais à vida, entre outros.
A maneira desregrada como o ser humano vem utilizando os recursos naturais tem sido uma preocupação e tem despertado debates e discussões. Uma vez que os recursos naturais são finitos, e as vontades humanas são infinitas. Como parte do conjunto de esforços para a formação de pessoas para um novo modelo de sociedade, a Educação Ambiental tem a sua relevância, no sentido de conscientizar as pessoas, principalmente as futuras gerações.
A promoção da Educação Ambiental deve ser vista como consequência das práticas e ações desenvolvidas. É um trabalho permanente, contínuo e transversal. É um conceito que vai além do modismo que a mídia impõe sobre ser “politicamente correto” no que tange a questão ambiental. Esse cenário nos impõe responsabilidades sobre as nossas ações, por menores que sejam os impactos. A nossa “pegada ecológica” deve ter olhos para as gerações atuais e prospectar para os futuros indicadores indicadores ambientais sustentáveis.
A palavra EDUCAÇÃO precede a “Ambiental”, “Formal”, “Agroecológica”, “Campo”, “Popular”, “Ecológica”, entre outras. O processo de construção do conhecimento é realizado em uma perspectiva horizontal, e a EDUCAÇÃO pode fazer toda diferença na relação do homem com a natureza.
A terra ensina-nos mais acerca de nós próprios do que todos os livros. Porque ela nos resiste.
(ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY)
A intervenção do homem na natureza ocorre desde o surgimento da humanidade. A compreensão dessa condição é relatada no contexto da história.
Portanto, a atual configuração física e social do nosso planeta é resultado do modo como a humanidade se vê e se relaciona com o meio ambiente.
Denota-se a essa relação vários problemas sociais e, sobretudo, ambientais. O momento é histórico e muito importante na formação da identidade humana, pois desenvolvimento, tecnologia e meio ambiente articulam-se na construção de ambientes saudáveis, promovendo o desenvolvimento econômico, ecológico e social (NAVES & BERNARDES, 2014).
A mídia televisiva e impressa, as redes sociais, os documentários, os filmes, os noticiários nos mostram no dia a dia os impactos ambientes protagonizados pelo homem. De olho no nosso país, há várias catástrofes e/ou acidentes que ocasionaram impactos negativos ao meio ambiente, incluindo o ser humano: o “acidente radiológico de Goiânia”, com o césio-137, em setembro de 1987; o “vazamento de óleo na Baía de Guanabara, em janeiro de 2000; o “vazamento de óleo na Bacia de Campos, em novembro de 2011; o “rompimento de barragem de Mariana (Figura 1), em novembro de 2015; o “rompimento de barragem em Brumadinho”, em janeiro de 2019, dentre outros.
Figura 1: Imagem antes e depois do rompimento da barragem em Mariana.
Fonte: Google Earth (adaptado pela autora).
Uma grande tragédia mundial foi em 1945 - Bombas de Hiroshima e Nagasaki - lançadas pelos Estados Unidos contra o Japão, no fim da Segunda Guerra Mundial, essas duas bombas nucleares mataram, aproximadamente, mais de 200 mil japoneses. Em um raio de um quilômetro do centro da explosão, quase todos os animais e plantas morreram devido às ondas de choque e calor.
Onde existem ovelhas, os lobos nunca estão muito distantes.
(TITUS PLAUTUS, 254 – 184 a.C)
Há estudos publicados na Revista Science que, diante dos resultados, classificam os humanos como “super-predadores”. Os pesquisadores analisaram 2.215 carnívoros de todo o mundo, incluindo animais marinhos e terrestres. Descobriram que os homens caçam populações adultas que estão no topo da cadeia alimentar, como ursos e leões, em uma taxa nove vezes maior do que fazem esses animais. Entre as espécies marinhas, a taxa é 14 vezes maior.
De acordo com os cientistas, a humanidade continuará a alterar processos ecológicos e evolutivos em todo o globo, se não mudar os seus hábitos. Entre as alternativas para que ela seja um predador ecologicamente mais eficiente, os autores sugerem que os homens observem os caçadores naturais e imitem sua maneira de agir (CIÊNCIA, 2016).
A caça aos leões e outros animais ainda é muito comum. A organização International Union for the Conservation of Nature estima que 600 leões são mortos anualmente para fim de “esporte”. O assassinato brutal e desnecessário do conhecido leão Cecil (Figura 2), pelo dentista Walter Palmer do estado norte-americano do Minnesota, foi divulgado ao redor do mundo, causando a ira de ativistas e pessoas solidárias.
A Figura 3 traz identidade à “Caça à Raposa”, que é uma tradição inglesa com cavalos e cães. Trata-se de prática com destaque na tradição inglesa que consiste na caça, acompanhada de cavalos e cães, à raposa nos campos ingleses. Tal prática foi proibida pelo Parlamento Britânico por ferir os direitos dos animais propostos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 2005. A caça à raposa resiste e ainda é praticada nos tempos atuais, considerando algumas condições que nem sempre são respeitadas. A dificuldade em aplicar a lei reside justamente em definir onde acaba “o desentocamento” e onde começa “a perseguição”. Quem sai perdendo é sempre a raposa.
É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve.
(VICTOR HUGO)
À medida que a humanidade aumenta sua capacidade de intervir na natureza com objetivo de satisfazer as necessidades e desejos crescentes, aparecem as tensões e conflitos quanto ao uso do espaço e dos recursos naturais (CASTELLA, 2015).
Em 1869, Ernst Heinrich Philipp August Haeckel propõe o vocábulo “ecologia” para os estudos das relações entre as espécies e seu ambiente. Em 1872, nos Estados Unidos, é criado o primeiro parque nacional do mundo “Yellowstone” e, no Brasil, o “Parque Nacional do Iguaçu”, 1939.
O movimento ambientalista tem sua trajetória marcada pelos governantes em diferentes locais do planeta, que na sua maioria está vinculado às questões políticas, mas também há os movimentos no âmbito das organizações não governamentais – ONGs, povos e comunidades tradicionais e por lideranças que trazem no seu contexto histórico o vínculo de pertencer à Mãe Terra, como, por exemplo, Chico Mendes – acriano, seringueiro, sindicalista, ativista político e ambientalista, o qual foi assassinado 22 de dezembro de 1988. Lutou a favor dos seringueiros da Bacia Amazônica, cuja subsistência dependia da preservação da floresta e das seringueiras nativas. O movimento ambientalista no Brasil traz um contexto histórico de assassinatos das lideranças.
O contexto histórico das mobilizações evidencia os impactos negativos gerados ao meio ambiente pela ação humana.
A arma química usada durante a “Primeira e Segunda Guerra Mundial”, após a guerra passou a ser usada como “defensivo agrícola” e referida condição se arrasta até o momento atual, ocasionando problemas na saúde humana, na biodiversidade, no solo, na fauna, na flora, nos recursos hídricos etc. Os agrotóxicos agem silenciosamente e são sustentados pelo poderio econômico das grandes indústrias, dada a resistência das possíveis mudanças e formas alternativas de desenvolvimento sustentável.
Havia uma vez uma cidade no coração da América onde toda vida parecia viver em harmonia com seu ambiente. (...) Então uma estranha influência maligna se arrastou sobre a área e tudo começou a mudar. Algum encanto maligno havia se estabelecido na comunidade: misteriosas enfermidades eliminaram os bandos de galinhas; o gado e as ovelhas adoeceram e morreram. Por todo lugar havia uma sombra de morte. Os fazendeiros falavam de muita doença entre seus familiares. (...) Havia uma estranha calma. Os pássaros, por exemplo – onde tinham ido? Era uma primavera sem vozes. (...) Nenhuma feitiçaria, nenhuma ação inimiga havia silenciado o renascimento de nova vida no mundo afetado. As próprias pessoas haviam feito isso.
(RACHEL CARSON, 1962)
“Primavera Silenciosa” é uma obra-prima no contexto dos impactos ambientais, escrita por Rachel Carson, em 1962, que trouxe à tona o que as indústrias químicas de inseticidas e outros derivados sintéticos causavam ao meio ambiente (Figura 5).
A preocupação com os problemas ambientais vem se intensificando a cada ano, pois é necessária uma mudança comportamental urgente para não agravar ainda mais a degradação do meio ambiente. O primeiro grande evento foi a Conferência de Estocolmo, realizada em 1972 na Suécia.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Eco-92, Cúpula da Terra, Cimeira do Verão, Conferência do Rio de Janeiro e Rio 92, foi uma conferência de chefes de estado de 156 países organizada pelas Nações Unidas e realizada de 3 a 14 de junho de 1992 na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Seu objetivo foi debater os problemas ambientais mundiais. Foi um marco no sentido de introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável, um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico.
A Eco-92 foi propulsora de outros vários movimentos que acontecem mundialmente. Um importante acordo firmado foi a “Convenção da Diversidade Biológica”, a Carta da Terra (1992) que descreve “o meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado”. Regimentada em princípios, e um nos diz: “Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas”.
Você já parou para pensar que a forma como vivemos deixa marcas no meio ambiente? A nossa caminhada pela Terra será resposta de como caminhamos.
A Pegada Ecológica é uma metodologia de contabilidade ambiental que avalia a pressão do consumo das populações humanas sobre os recursos naturais.
Expressada em hectares globais (gha), permite comparar diferentes padrões de consumo e verificar se estão dentro da capacidade ecológica do planeta. Um hectare global significa um hectare de produtividade média mundial para terras e águas produtivas em um ano. A biocapacidade representa a capacidade dos ecossistemas em produzir recursos úteis e absorver os resíduos gerados pelo ser humano. Qual o seu “rastro”, sua “pegada ecológica” no planeta Terra?
As Dunas do Jalapão são visitas obrigatórias para quem viajar pela região (Figura 6). O conjunto de dunas é formado pela erosão das rochas de arenito que formam a Serra do Espírito Santo. Com a ação do vento e uma conjunção perfeita de fatores, a areia é depositada sempre no mesmo local, dando origem à única formação de dunas no cerrado brasileiro. As Dunas do Jalapão estão localizadas dentro do Parque Estadual do Jalapão, Tocantins. Há orientações para visitação dos turistas, como, por exemplo, se lançarem pelo paredão da duna onde o acesso não é permitido, mas há quem desrespeite e gere impactos ao ambiente. Os “rastros” deixados nem sempre são de quem convive com o ambiente harmoniosamente.
Referida condição é observada em diferentes ambientes, e esses impactos são maiores na medida que a população é mais numerosa. Os ambientes mais preservados no planeta são aqueles que o homem não está presente e/ou em menor proporção.
A fábula “O beija-flor e a floresta” relata que havia uma imensa floresta onde viviam milhares de animais, vivendo todos em paz e desfrutando daquele lugar maravilhoso. Em um certo dia, uma enorme coluna de fumaça foi avistada ao longe e, em pouco tempo, embaladas pelo vento, as chamas já eram visíveis por uma das copas das árvores. Eis que, naquele momento, uma cena muito estranha acontecia. Um beija-flor voava da cachoeira ao fogo, levando gotas d'água em seu pequeno bico, tentando amenizar o grande incêndio. O elefante, admirado com tamanha coragem, aproximou-se e perguntou ao beija-flor: “Seu beija-flor, o senhor está ficando louco? Não está vendo que não vai conseguir apagar esse incêndio com gotinhas d'água? Fuja enquanto é tempo! Não percebe o perigo que está correndo? Se retardar a sua fuga talvez não haja mais tempo de salvar a si próprio! O que você está fazendo de tão importante?”. E o beija-flor respondeu: “Sei que apagar este incêndio não é apenas problema só meu Sr. elefante. Eu apenas estou fazendo a minha parte! Preciso deste lugar para viver e estou dando a minha contribuição para salvá-lo! O Senhor elefante tem razão quando diz: há mesmo um grande perigo em meio aquelas chamas, mas acredito que se eu conseguir levar um pouco de água em cada voo que fizer da cachoeira até lá, estarei fazendo o melhor que posso para evitar que nossa floresta seja destruída...”
A floresta pode ser o quintal do vizinho, a instituição a qual estudamos, o nosso ambiente de trabalho, a praça, a praia, o parque, a rua, o terreno baldio e muitos outros ambientes. Primeiramente, é preciso que haja reconhecimento de que somos parte do sistema e que tenhamos respeito e responsabilidade sobre a “NOSSA CASA”
O saber que não vem da experiência não é realmente saber.
(L.S. VIGOTSKY)
Há anos o homem vem usando o meio ambiente de forma desenfreada, e por isso direcionou-se à problemática ambiental vinculada ao comportamento do ser humano. Para Leff (2005), a problemática ambiental, como sintoma da crise de civilização da modernidade, coloca a necessidade de criar uma consciência a respeito de suas causas e suas vias de resolução.
Identificar-se-á o papel da Educação Ambiental como forma de criação e multiplicação de agentes transformadores da sociedade, rumo ao desenvolvimento equilibrado e sustentável, especialmente no direito pátrio (SOARES, 2004).
A Educação Ambiental pode ser definida como sendo o ramo que se dedica a criar valores éticos e morais do ser humano frente aos recursos naturais. Tenta ensinar o ser humano a respeitar a natureza e as suas dádivas.
Veio arrolada na Constituição Federal de 1988. Sua previsão está esculpida no artigo 225, VI, CF/88, que assim reza: “Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.
Como parte do conjunto de esforços para a formação de pessoas para um novo modelo de sociedade, a Educação Ambiental tem a sua relevância, no sentido de conscientizar as pessoas, principalmente as futuras gerações.
Como fazer educação ambiental? Há um modelo pronto a ser implementado? Há uma teoria que auxilie a prática educativa? Como construir o conhecimento? Como será a resposta das pessoas frente às suas experiências e vivências?
Os estudos de Vygotsky (2002) sobre o aprendizado decorrem da compreensão do homem como um ser que se forma em contato com a sociedade. A construção desse conhecimento tem sido uma prática no projeto “Terraquarium: Educação e Meio Ambiente”, desenvolvido no Centro Universitário Luterano de Palmas, com foco especial às crianças de escolas públicas do município de Palmas, Tocantins (Figura 7). As ações desenvolvidas na “formação” da Educação Ambiental têm tido respostas que evidenciam o universo em que as crianças estão inseridas, que vai além do escolar. Segundo a teoria Vygotskiana, toda relação do indivíduo com o mundo é feita por meio de instrumentos técnicos e da linguagem, que traz consigo conceitos consolidados da cultura a qual pertence o sujeito e todo aprendizado é mediado.
Para Vygotsky (2002) “todas as atividades cognitivas básicas do indivíduo ocorrem de acordo com sua história social e acabam se constituindo no produto do desenvolvimento histórico social de sua comunidade”.
Na teoria sociointeracionista, o ser humano está em constante construção e transformação. O desenvolvimento potencial exercido pelas práticas não é possível saber quando será alcançado, ou seja, os indivíduos poderão responder em diferentes momentos.
A Educação Ambiental acha-se inserida transversalmente no processo de educação e deve ser desenvolvida com práticas integradas, contínuas e permanentes. Sua importância reside na aproximação da questão ambiental sob diferentes olhares e do conhecimento da realidade social.
CARSON, R. Primavera silenciosa. São Paulo: Ed. Gaia, 2010.
CASTELLA, P. R. Cronologia histórica: Meio Ambiente. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Paraná, 2015. Disponível em: <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/Escola_Interativa/historico_ambiental_castella.pdf>. Acesso em: 08 nov. 2020.
CIÊNCIA. Humanos são “super-predadores únicos”. Revista Veja Online, São Paulo, maio 2016. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/ciencia/humanos-sao-super-predadores-unicos/>. Acesso em: 07 nov. 2020.
LEFF, E. Saber ambiental: Sustentabilidade, Racionalidade, Complexidade, Poder. Petrópolis: Vozes, 2005.
NAVES, J. G. P.; BERNARDES, M. B. J. A relação histórica homem/natureza e sua importância no enfrentamento da questão ambiental. Geosul, Florianópolis, v. 29, n. 57, p. 7-26, jan./jun. 2014.
SOARES. A. M. D.; OLIVEIRA, C. M. T.; PORTILHO, E. S. Educação Ambiental: construindo metodologias e práticas participativas. II Encontro Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade. Indaiatuba - São Paulo, 2004. Disponível em: <http://www.anppas.org.br/encontro_anual/encontro2/GT/GT10/ana_maria_dantas.pdf>. Acesso em: 05 nov. 2020.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
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Diagramação: Marcelo Ferreira
Ilustrações: Marcelo Germano e Rogério Lopes
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