Reabilitação

A reabilitação é a área da saúde que tem como objetivo a independência funcional, qualidade de vida e adaptação psicossocial de pessoas portadoras de doenças crônicas e que envolvam comprometimento de suas funções cognitivas, como no caso de Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou "Derrame", Distúrbios da memória e atenção (como as demências, dentre elas o Alzheimer), Distúrbios psiquiátricos ou neuropsiquiátricos, Distúrbios do desenvolvimento e da aprendizagem e Efeitos do uso crônico de drogas e substâncias tóxicas.

A reabilitação é, portanto, a medida terapêutica mais importante no caso de doenças crônicas e envolve, idealmente, uma equipe multiprofissional, dada a complexidade das questões envolvidas. A reabilitação é um processo que envolve o trabalho colaborativo com outros profissionais, de pedagogia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia, psicologia etc. Como os recursos da comunidade ou das famílias são limitados e as necessidades de reabilitação potencialmente infinitas há necessidade de um processo de tomada de decisão visando o estabelecimento de prioridades. O planejamento de um programa de reabilitação envolve uma consideração do perfil do cliente (seus pontos fortes e seus pontos fracos), da sua família e dos recursos disponíveis na comunidade.

O enfoque neurocognitivo é extremamente útil no planejamento da reabilitação. O estabelecimento do perfil de funções comprometidas e preservadas do cliente, bem como do seu nível de funcionamento, ajuda a estabelecer expectativas mais realistas quanto ao seu desempenho, bem como a identificar áreas em que o desenvolvimento tem maiores chances de sucesso, contribuindo para a auto-realização. Estabelecer prioridades é um aspecto essencial. As necessidades de atendimento são múltiplas, mas os recursos são sempre escassos do ponto de vista de tempo, energia e finanças. Uma agenda muito carregada e que não deixe tempo para a criança ou adolescente brincar e socializar é contraproducente.

No caso de crianças e adolescentes o processo de reabilitação se confunde com a educação. O enfoque neurocognitivo contribui para esclarecer quais trilhas do desenvolvimento eventualmente se fecharam devido à condição clínica apresentada, e quais trilhas evolutivas permanecem viáveis. Ou seja, onde vale à pena investir para obter um retorno mais imediato e mais duradouro.

Várias técnicas podem ser utilizadas na reabilitação neuropsicológica. A orientação é a pedra fundamental. A orientação ao cliente e sua família inicia-se na consulta de comunicação dos resultados da investigação neurocognitiva. Mas a orientação pode prolongar-se como um processo, em que o profissional deve contribuir com conhecimentos e fatos que orientem o processo de tomada de decisão pelo cliente e pela família. O papel do profissional não é dizer para o cliente e para a família o que deve ser feito, mas sim discutir quais são as opções considerando as peculiaridades individuais e da situação, bem como os recursos da família e da comunidade.

(Fonte: http://npsi-reha.blogspot.com/)