Dossiê BEM ESTAR ANIMAL

Post date: 15/01/2014 17:47:34

Bem-estar animal

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O conceito de bem-estar animal refere-se a uma boa ou satisfatória qualidade de vida que

envolve determinados aspectos referentes ao animal tal como a saúde, a felicidade, a longevidade (Tannenbaum, 1991; Fraser, 1995). Um dos conceitos mais populares de bem–estar animal foi dado por Barry Hughes que o define como "um estado de completa saúde física e mental, em que o animal está em harmonia com o ambiente que o rodeia" (Hughes, 1976). Outra definição foi dada por Broom (1986) em que o bem-estar animal é definido pela "sua capacidade em se adaptar ao seu meio ambiente".

No entanto há diversas perspectivas sobre o que é mais importante para se obter essa qualidade de vida. Todas essas perspectivas levam a que possamos perceber que há muitos aspectos a ter em atenção e que nenhum deles podem ser considerados certos ou errados, mas que apenas correspondem a diferenças de valores e de opiniões. Assim, o conceito de bem-estar animal tem de representar um consenso entre os cientistas e o público em geral. Tendo por base este consenso surgiu as cinco liberdades dos animais teoria criada pelo professor John Webster e divulgada pelo Farm Animal Welfare Council (FAWC): ele deve ser livre de fome e de sede; livre de desconforto; livre de dor, lesões ou doença; livre para expressar os seus comportamentos normais; livre de medo e aflição.

Perspectivas sobre bem-estar animal

Num ensaio sobre a matéria, David Fraser e Ian Duncan, ambos professores catedráticos no Canadá, distinguem entre três perspectivas:

Experiência subjectiva nos animais

Bem-estar animal está relacionado com o conceito moral que envolve os animais por lhe atribuirmos capacidade de gerar experiências subjectivas tais como estados afectivos, sofrimento em condições adversas e sentimentos de prazer em situações agradáveis. Como afirmava Bentham (1789), "A questão não é: Possuem razão? nem, Conseguem falar?, mas Podem sofrer?". Segundo a perspectiva de experiência subjectiva, bem-estar é quando um animal se sente bem. Dado a dificuldade em medir estados afectivos directamente, tem se proposto várias medidas comportamentais indirectas como a análise da preferência animal em várias situações e sua motivação para ter acesso a recursos ou executar comportamentos particulares; estudos sobre comportamentos anormais (estereotipias), comunicação animal (vocalizações), entre outros. Animais como sistemas biológicos

Nesta perspectiva o mais importante é o funcionamento do organismo, levantando questões de bem-estar as situações de doença, dor, mal nutrição. Assim, um animal atinge o seu bem-estar ao crescer e desenvolver-se normalmente, reproduzir-se, ter as funções fisiológicas e comportamentais normais, ter uma longa longevidade e elevado fitness. Alguns autores acreditam que os animais sentem o sofrimento, no entanto como é um parâmetro difícil de ser avaliado, apoiam esta visão com o objectivo de assim obterem melhores informações. Outros atribuem pouca importância ao que um animal sente, pois são da opinião que questões de bem-estar só são preocupantes quando os sistemas biológicos são afectados em termos de sobrevivência ou de reprodução. Uma outra vertente defende ambas as perspectivas, no entanto coloca as medidas de funcionamento biológico acima das comportamentais.

Natureza dos animais

Esta visão postula que o bem-estar animal é obtido se os animais se encontrarem em locais naturais onde possam comportar-se de forma natural, ou seja, onde possam realizar os comportamentos específicos da espécie. Para testar esta vertente muitos estudos comparam o comportamento dos animais em estado selvagem e em cativeiro. Outros tentam recriar as características do meio selvagem para que os animais usem todo o seu repertório comportamental. Este conceito tem limitações respeitantes à mutabilidade do comportamento animal, muitas vezes como forma de adaptação ao ambiente que o rodeia. No geral, as três vertentes anteriores convergem para um bem-estar em que o comportamento animal é natural, adaptativo ao ambiente e que permita um bom funcionamento biológico a nível de sobrevivência, saúde e sucesso reprodutivo.

Medidas de bem-estar animal

O bem–estar animal pode ser medido através de metodologias que reflictam com exactidão este conceito em diferentes situações. Parâmetros e métodos que permitam esta avaliação devem ser consensuais e pouco subjectivos. Estes são divididos em dois grandes grupos, fisiológicos e comportamentais.

Em termos fisiológicos, são comumente avaliados sinais de stress como as endorfinas, corticosteróides, batimento cardíaco, entre outros. Contudo há limitações respeitantes a esta análise, uma vez que factores genéticos e/ou ambientais podem produzir diferents outcomes físicos, mesmo que o estado mental do animal não esteja comprometido. Por exemplo, um cão pode encontrar-se de perfeita saúde, mas ansioso, apresentando parâmetros fisiológicos alterados por se estar pontualmente numa situação de stress. Outra limitação reside na difícil interpretação desses factores que podem ser aumentados tanto por experiências positivas (presença de semelhante) como por negativas (presença de predador).

Por outro lado, apesar de nos fornecer grande número de informações, o estudo de emoções e factores comportamentais nos animais é limitado. Uma das abordagens desta avaliação é o estudo da comunicação entre animais. Estudos de Poindron & Levy (1990) exemplificam este facto ao demonstrarem que nas ovelhas o fortalecimento de relações parentais parece estar intimamente relacionado com a comunicação olfactiva. A nível comportamental, as medições são muitas vezes feitas às situações e não ao próprio animal. As preferências e o esforço feito pelo animal em determinada tarefa dá indicação de quanto o animal necessita de determinado recurso e de como a sua ausência poderá afectar o seu bem-estar (Duncan & Mathews, 1997).

Ativistas acamparão em frente à sede do Governo de São Paulo pela proibição

dos testes em animais #AprovaAlckmin

Publicado em 13 de janeiro de 2014

VEJA TAMBÉM:

A pressão pela aprovação da lei que proíbe testes em animais deve estourar esta semana.

Aprovado em todas as etapas anteriores, o Projeto de Lei 777/2013, de autoria do Deputado Estadual Feliciano Filho, proíbe os testes em animais para produtos cosméticos e de higiene em todo o estado de São Paulo. Isso significa que laboratórios como o Instituto Royal não poderão mais se instalar no estado caso o PL se transforme em lei. Consta no site da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) que o PL está aguardando sanção ou veto do governador Geraldo Alckmin desde o dia 04 de janeiro (veja aqui). Esta é a última etapa, depende apenas do autógrafo do governador. Pela internet, são inúmeros os pedidos para que Alckmin sancione o PL. No Twitter, as modelos Yasmin Brunet (veja aqui) e Gianne Albertoni (veja aqui) pedem a aprovação do PL. No Facebook, a apresentadora Luisa Mell incentiva seus 700 mil seguidores a pressionarem o governador Geraldo Alckmin pela aprovação do PL (veja aqui).

Mais de 50.000 pessoas pedem que Alckmin sancione o PL 777/2013 através de um abaixo-assinado (assine aqui) criado pela ONG paulistana VEDDAS (Vegetarianismo Ético, Defesa dos Direitos Animais e Sociedade).

Algumas das ativistas que iniciaram a movimentação contra o Instituto Royal criaram um evento no Facebook informando que haverá uma manifestação pacífica em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo do Estado de São Paulo, nesta quinta-feira (16). Segundo a descrição do evento, as ativistas pretendem ficar no local até que haja uma posição oficial do governador Geraldo Alckmin.

Em outubro de 2013, as mesmas ativistas conseguiram repercussão internacional no caso Royal, que culminou com o fechamento do laboratório.

Serviço

Manifestação pacífica em frente ao Palácio dos Bandeirantes | Evento no Facebook

Data: Quinta-feira, 16/01/2014.

Horário: 17h.

Local: Palácio dos Bandeirantes.

Endereço: Av. Morumbi, 4500 – Morumbi – São Paulo-SP | MAPA

Modelo de consciência

China realiza seu primeiro desfile de moda contra o uso de peles

15 de janeiro de 2014 às 6:00

Como parte de sua campanha contra o uso de peles, a ACTAsia for Animals (ONG internacional de proteção animal) realizou o primeiro desfile de moda livre de crueldade da China, segundo cobertura do site PR*URGENT. Com looks modernos de estilistas americanos e chineses, os organizadores mostraram ao público que um estilo de vida livre de peles é lindo e compassivo. O evento, sediado em Pequim, teve a participação ao vivo de cantores da versão chinesa do concurso The Voice que estendeu a mão para o público mais jovem.

Pei F. Su, fundador da ACTAsia, explica: “Este show é um passo importante para aumentar a consciência pública na China sobre o tremendo sofrimento dos animais na indústria de peles. A China não só é a maior produtora deste artigo do mundo, mas também a maior consumidora. Estamos especialmente visando a geração mais jovem, assim como os vendedores de peles fazem. Nós queremos torná-los conscientes das atrocidades por trás de seus produtos e mostrar uma alternativa, um estilo de vida mais compassivo” .

Muitas das modelos foram vencedoras de competições nacionais e participaram de forma voluntária, assim como os concorrentes do The Voice. Liu Ya Ting, vice-campeã do concurso de canto no ano passado afirmou que está orgulhosa de fazer parte deste movimento e apela a todos os seus fãs para participarem. Tianqi Cui, uma das concorrentes de Liu no programa, também se apresentou.

A comida servida foi toda vegana (patrocinada pela VegFund) e os cosméticos utilizados pelas modelos (patrocinados pela Lush) não foram testados em animais.

O desfile contou com a presença de mais de cem convidados ligados à arte e entretenimento e ONGs do Reino Unido, Estados Unidos, Coréia, China, Taiwan e Hong Kong. Os principais jornalistas de Pequim cobriram este evento pioneiro.

O desfile também foi apoiado pela International Fur Free Alliance. Seu presidente, Joh Vinding, escreveu uma mensagem de parabenização:

“Moda pode ser um cenário perfeito para a criatividade e expressão humana. Mas manter animais silvestres em gaiolas e matá-los para retirar sua pele é exatamente o oposto. É fantástico ver o grande interesse em produtos livres de peles na moda. Quero felicitar a todos os participantes do primeiro desfile deste tipo na China. Eventos como este nos dão esperança de que podemos alcançar uma sociedade mais harmoniosa, que respeite os animais”.

ACTAsia for Animals é uma ONG com sede no Reino Unido e tem representantes na China, Cingapura, Holanda e Estados Unidos. Sua campanha tornou-se o maior movimento anti-peles da China no ano passado, com mais de 60 manifestações que foram realizadas em 16 províncias.

A ONG também desenvolve o Caring for Life, um projeto de educação humanitária que ensina a crianças o respeito pelos animais, pelos seres humanos e pelo meio ambiente. O programa faz parte do currículo de 23 escolas públicas de cinco cidades chinesas.

Sem a desculpa "quem não come carne, não pode malhar":

Aos 77 anos, fisiculturista é tema de campanha pelo veganismo

Nascido nos anos 30, ele é um exemplo vivo de que uma alimentação ética é também muito saudável.

O norte-americano Jim Morris competiu como fisiculturista de 1966 até 1996, foram 30 anos dedicados à atividade que lhe renderam diversos prêmios, incluindo um segundo lugar no “Mr. Universo” de 1977. Ele foi também guarda-costas do cantor Elton John.

Em entrevista à ONG PETA, Jim declarou que começou a pensar melhor sobre o que come aos 50 anos de idade, quando tornou-se ovolactovegetariano. Aos 65, tornou-se vegano. Ele garante que sentiu uma incrível diferença em sua saúde quando deixou de consumir laticínios e ovos e indica uma alimentação livre de produtos de origem animal. Sobre a proteína, Jim diz que não se preocupa. Ele sabe que existe proteína nas frutas, grãos e em tudo mais que ele come.

Hoje com 77 anos, Jim exibe um físico invejável. Embora não participe mais de competições, ele mantém seu corpo visivelmente saudável e atribui seu estado atual à alimentação vegana. Jim lembra que a escolha por alimentos de origem vegetal vai muito além de questões de saúde. Ele diz se sentir muito mais tranquilo por saber que sua alimentação não causa sofrimento aos animais. Em seu site (veja aqui), Jim mostra com orgulho que é vegano.

Nunca é tarde para começar um estilo de vida mais ético e saudável. Para saber como dar os primeiros passos no veganismo, acesse www.sejavegano.com.br.

Assista à entrevista de Jim Morris (em inglês) | Youtube

CURSO DE CAPACITAÇÃO COM A TEMÁTICA BEM ESTAR ANIMAL PARA OS PROFISSIONAIS DA SECRETARIA DE SAÚDE LIGADOS A VIGILÂNCIA AMBIENTAL E ZOONOSES E DEMAIS INTERESSADOS Começou nesta segunda feira dia 09/09/2013 o curso de Capacitação dos Agente Ambientais e Zoonoses, Vacinadores e Educadores da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Campina Grande e bem como outros interessados, tal curso tem o intuito de levar a questão do Bem Estar Animal para a campanha de vacinação contra raiva que será no próximo dia 28 com o seu dia "D", tal curso também pretende capacitar os educadores da Vigilância Ambiental e Zoonoses para a Semana Municipal de Conscientização para os Direitos dos Animais que se realizará do dia 30/09 ao dia 04/10 do corrente ano.

O curso que vai até a próxima sexta feira no turno da manhã, está aberto também para qualquer cidadão comum que se interesse pelo tema e deseje trabalhar de forma voluntária para os animais, será entregue certificado para os participantes.

Está sendo realizado no auditório do Serviço Municipal de Saúde (Antiga Casa de Saúde Dr. Francisco Brasileiro) a partir das 08:00 horas da manhã e ainda está aberto para inscrições que podem ser feitas durante o curso ou enviando os dados para o e-mail rossandra.oliveira@hotmail.com Tal evento é uma Parceria do Fórum Municipal de Proteção e Bem Estar Animal com a Vigilância Ambiental e Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande-PB. Segundo diz a gerente da Vigilância, Rossandra Oliveira: “acredito que o segredo está nas parcerias, que a união do poder governamental com ONG´s e Fórum de Proteção Animal é um ótimo auxílio para tentar controlar as zoonoses e minimizar o sofrimento dos animais”. Já Rodrigo Freire, integrante do Fórum Municipal de Proteção e Bem Estar Animal, diz está muito feliz e emocionado que pela 1ª vez na história de Campina Grande os profissionais de saúde ligados com a Vigilância Ambiental e Zoonoses estão recebendo orientações sobre bem estar animal, assim como também realizar 1ª Semana Municipal que trata da Conscientização dos Direitos dos Animais é mais que um sonho sendo realizado e saber que em breve estará colhendo os frutos.

Para Maiores informações:

(83) 8891-1606 / 9606-9941 / 8819-1824 / 8870-1153

Alimentação escolar vegetariana

Após sucesso em São Paulo com redução de 88 mil quilogramas de carne por mês, Merenda Vegetariana já tem novas adesões. A partir de uma demanda da SVB, programa foi implantado na rede municipal de ensino de São Paulo e hoje oferece refeições veganas em mais de 3 mil unidades educacionais a cada duas semanas. Seminário sobre o tema na Câmara Municipal da cidade, em novembro de 2013, atraiu mais de 50 outras cidades determinadas a reproduzir o projeto.Uma revisão para o Ministério da Saúde, um salto para o vegetarianismoO novo Guia Alimentar brasileiro será lançado em março do ano que vem, mas em outubro os nutricionistas vegetarianos ainda podem incluir uma referência da dieta na publicação. Eric Slywitch, da SVB, defendeu a proposta em reunião sobre o tema promovida pelo governo federal

Em certos termos, a mudança pode até não impactar tanto no trabalho dos profissionais da área, até porque a viabilidade da alimentação sem carne já é aceita pelo Conselho Nacional de Nutrição. Mas se não altera muita coisa para os nutricionistas, que diferença faz? “O Guia Alimentar é feito para a população, e a implementação da dieta vegetariana seria na verdade mais um aval de um importante órgão público, o Ministério da Saúde”, explica Eric Slywitch, médico nutrólogo da SVB.

Desta forma, o vegetarianismo poderá alcançar no mês que vem um horizonte mais amplo diante dos brasileiros. Segundo o próprio Ministério da Saúde, “o guia tem o propósito de contribuir para a orientação de práticas alimentares que visem a promoção da saúde e a prevenção de males relacionados à alimentação”. Um dos principais propósitos é reduzir a quantidade de doenças cardiovasculares, as maiores causadoras de morte dos brasileiros.

No entanto, na mais recente publicação, de 2006, o órgão ainda diz que a carne é essencial para crianças e grávidas.A inclusão do vegetarianismo depende agora de uma consulta pública entre os profissionais da área. Uma vez aceita, a dieta vegetariana pode ganhar uma página no guia ou um link (já que a publicação também é digital) com referência a uma página sobre a dieta.

Direitos Animais: controle ético das populações domesticadas

Dr. phil. Sônia T. Felipe

Levando milhões a refletir sobre a pergunta que não tem resposta, SVB lança campanha no Metrô de São Paulo e na Rodovia Imigrantes (SP). Apenas na estação de metrô em que foi posicionada, circulam 276 mil pessoas por dia. Alguns passageiros declararam que, depois de ver os anúncios, não mais comeriam carne.Ao falarmos de Direitos Animais falamos do dever de respeito ao valor da vida e do bem próprio a cada animal, não importando a espécie na qual a vida do animal se manifesta. Falar de Direitos Animais é reconhecer que o Estado tem deveres para com os animais e que esses deveres para com eles é perene, ainda que a forma de cumpri-los tenha que ser revista de tempos em tempos, para adequar o dever do Estado ao direito do Animal em cada contexto ou situação. O Art. 225 da Constituição Brasileira, promulgada em 1988, estabelece que o Estado Brasileiro tem o dever de proteger todos os animais que aqui vivem, prevenir sua extinção, coibindo maus-tratos e fomentando a responsabilidade de todos os cidadãos em relação à vida dos não-humanos que habitam esse território.

Cabe, portanto, ao Estado, implementar políticas públicas de proteção da vida animal e fomentar projetos que garantam vida digna ao animal que habita o território brasileiro, reside com humanos e se move nos espaços públicos.

Aos cidadãos, por sua vez, cabe a responsabilidade pela proteção dos animais que escolhem para estima, guarda ou companhia. Tal proteção deve ser guiada pelo mesmo imperativo que ordena a guarda de bebês, de crianças e de adolescentes humanos: a defesa do seu direito à vida, à liberdade e à expressão de sua singularidade. A defesa desses direitos implica em protegê-los de interações nas quais possam sofrer danos físicos, emocionais e mentais. Isso vale, tanto para os pequenos da espécie humana, quanto para os animais de outras espécies, que, pela domesticação milenar, foram forçados à convivência com os humanos em centros urbanos e nas áreas rurais.

Mas, o que significa falar de Direitos Animais e Ética no controle das populações?

Em 7 de julho de 2012 reuniram-se em Cambridge, na Inglaterra, neurocientistas de todas as especialidades, desde a da anatomia até à psicologia animal e humana, para discutir e afirmar que todos os animais têm consciência da dor, do tormento, do sofrimento e da morte. Sabia-se disso desde sempre. Mas, há quatro séculos, a ciência escondeu para debaixo do tapete a verdade sobre a mente dos animais. Ao negar a capacidade de sentir dor, de sofrer e de ter emoções iguais as que os humanos têm, medo, pavor, amor, ciúme, luto, tristeza, contentamento, nos animais não-humanos, os cientistas têm se autorizado desde então a fazer experimentos brutais e cruéis no corpo dos animais vivos, respaldando-se na tese de que os animais, mesmo tendo um cérebro semelhante ao nosso, não sentiriam dor.

Também desde sempre a hipótese da inconsciência e insensibilidade dos animais foi rejeitada por cientistas e filósofos, mas os que assim procederam não foram ouvidos nesses quatro séculos, até que resolveram se reunir para declarar ao mundo que os animais têm consciência de tudo o que acontece ao corpo deles e registram tudo o que fazemos a eles com um filtro emocional igual ao que usamos para memorizar nossas interações agradáveis e desagradáveis e podermos nos orientar no mundo buscando o que nos dá prazer e rejeitando o que nos causa dor, tormento, sofrimento, ou nos ameace de morte.

Quando falamos da consciência animal reconhecemos que para cada animal, individualmente considerado, tudo o que acontece no ambiente no qual seu corpo está interagindo é relatado e memorizado em seu cérebro, evocando movimentos internos de prazer ou de desconforto, de bem-estar ou de tormento, portanto, emoções compatíveis com essas características. São as emoções animais que forçam a liberação da química cerebral que levará as imagens prazerosas ou dolorosas a serem marcadas no arquivo mental. Com essas imagens o animal escolhe fugir ou se aproximar de algo, dependendo do registro que tem do prazer ou da dor que isso lhe proporcionou no passado.

Do mesmo modo que ocorre em humanos, também a consciência animal pode ser mobilizada tanto pela presença quanto pela ausência de algo. Uma coisa que provoca a sensação de conforto físico ou mental leva o animal a julgá-la boa e a aproximar-se dela. O que provoca desconforto físico ou mental leva o animal a julgá-la má e a afastar-se dela. Uma coisa que provoca o bem-estar físico ou mental, mas não pode ser obtida, leva o animal a sentir desprazer, angústia, medo ou frustração. O que provoca nele sensações de medo, angústia, desprazer ou frustração o leva a afastar-se.

Não há diferença entre a mente humana e a mente dos outros animais no que diz respeito à busca daquilo que é necessário para saciar-se, para manter o organismo em equilíbrio, traduzido em sensações gravadas com o juízo do ruim, algo que fazemos todo o tempo, quando sentimos frio, calor, secura, umidade, fome, enjoo, desgosto, nojo e assim por diante, ou com o juízo do bom, quando nos dá prazer, satisfação, alegria ou desperta o desejo de ter disso mais um pouco e mais vezes. Tendo nascido na forma de vida chamada animal, todos os indivíduos, não importa a espécie, canina, felina, bovina, suína, caprina, avina ou humana, são dotados por natureza de um aparato que os acompanha por toda a vida, um sistema nervoso central organizado e um diencéfalo, sede dos estímulos confortantes e dos ameaçadores, gravados e recriados pelos nociceptores a cada novo movimento, dia por dia, ano após ano, até a morte. Esse arquivo mental individual forma a mente do animal. Por isso, não há dois animais com a mesma mente, embora todos a tenham.

Nisso não nos distinguimos dos demais animais. Sabemos que eles são iguais a nós nessas habilidades neuromentais que os levam a ter uma vida emocionalmente tão rica e tão importante para sua autonomia no mundo, quanto a nossa, orientada todo tempo pelas emoções que as experiências do bom e do ruim evocam em nossos arquivos. A emoção com a qual cada uma das nossas experiências é gravadas em nossa mente é basicamente a mesma em todos os animaiss. O que varia, obviamente, é a intensidade do estímulo que causa dor, medo, alegria ou sofrimento.

Enquanto uma situação pode ser extremamente tormentosa para um animal, devido à memória que ele tem de algo semelhante experienciado no passado, a mesma situação pode não evocar emoção dolorosa em outro indivíduo da mesma espécie, caso esse não tenha passado por emoções dolorosas com estímulos desse tipo. Há cães que estremecem ao verem um homem se aproximar. Outros não se abalam. Há humanos que estremecem ao ouvirem a sirene de uma ambulância. Outros dão passagem para ela, mas não sentem emoção negativa alguma. Tudo depende das marcas emocionais que tais experiências deixaram na mente de cada um. Nisto, na senciência, todos os animais são iguais.

Quando falamos do bem-estar animal falamos basicamente dessa realidade mental animal. O que proporcionamos a um animal ajuda a configurar sua mente e suas reações futuras. Quanto mais dor, tormento e sofrimento infligimos a um animal, mais o tornamos amedrontado. E sabemos, por experiência própria, que o medo tolhe o movimento. Sabemos que em estado de alerta, todo tempo, perdemos nossa alegria, nosso contentamento, nossa energia para expressar a gratidão por estarmos vivos. Isso vale para o animal humano. Vale igualmente para todos os não-humanos. Bem-estar animal e bem próprio animal são duas faces da natureza de todo animal. O bem-estar está relacionado ao conforto físico, à presença do que o animal precisa para manter seu equilíbrio metabólico (alimento, água, ar, espaço para movimento e descanso e ausência de ameaças que possam se configurar na mente como ameaça à sobrevivência física). O bem próprio do animal, por outro lado, vai além disso, e tem muito a ver com a liberdade de expressão do tipo de vida espiritual para a qual a espécie biopsicomental do animal veio configurada.

Bem-estar físico, repito, tem a ver com a presença dos elementos que propiciam condições de manutenção do organismo com saúde e sem privações. Bem próprio, por sua vez, tem a ver com o espírito do animal, com a expressão dele de acordo com a espécie na qual nasce, marcada pela sua singularidade individual. Nenhum animal é igual ao outro, quando se trata de falar do bem próprio. Cada animal precisa estar livre e ter autonomia para buscar o que sua natureza ou bagagem genética lhe garante, mas fazer isso com um traço que singularize sua passagem no mundo. Isso vale para cada humano e vale para cada animal que se move conosco sobre esse planeta.

A espécie humana é a única espécie animal que retém junto a si animais de outras espécies, para fazer uso deles e atender diferentes interesses humanos, tidos como interesses essenciais. Assim, na história humana, demos início à prática de reter animais em nossos domicílios para fins de estima, guarda e companhia. Há mais de dez mil anos nascia a convivência de cães e de gatos com humanos. Mas, enfatizo, há dez mil anos não vivíamos em cidades, não nos trancávamos em apartamentos, não murávamos nem gradeávamos nossas residências.

Historicamente, os humanos traíram os animais que domesticaram. No início o animal seguia o humano em suas atividades pela floresta, nos campos e nas viagens. Seguia fisicamente livre, como o fazia seu “amo e senhor”. O humano obtinha vantagens da companhia do cão que o protegia dos assaltantes, ou que encontrava para ele algum animal perdido e ferido, na floresta. Em troca, o animal recebia o calor da presença física do humano que, por sua vez, o protegia de predadores. Havia realmente uma troca. Naquela troca inicial o animal não perdia nada, nem física nem mentalmente. Podia expressar sua natureza, canina ou felina, plenamente, caçando. Sem jaula alguma, sem corrente alguma, sem muralha ou grade alguma, o cão foi ficando na companhia dos humanos e assim deixou-se humanizar. Fim da história idílica. Com o aumento do número de humanos vivendo em urbes, aumentou a população de animais eleitos para estima, guarda e companhia nos centros urbanos. O espaço do qual os cães e gatos gozavam na vida campestre se foi. Agora, para esses animais, o que se oferece são quatro paredes, janelas com grades ou telas e portões com travas eletrônicas.

No que diz respeito à dieta, nos primórdios os animais continuavam a se autoprover sem atrofiar seu espírito específico. Podiam até ganhar um naco de carne do seu “amo e senhor”, mas não dependiam absolutamente dele para se alimentarem. Ficavam na companhia dele pela companhia. Não pela comida. Viviam soltos e podiam caçar. Escolher sua comida. Variar a cada dia. Seguir o mesmo impulso que nos leva a escolher no buffet o que vamos colocar no prato hoje e não queremos amanhã. Nada havia se perdido para a mente animal.

Tudo isso acabou-se. Hoje, a dieta dos cães e gatos é definida pela indústria da produção de rações. E o gosto é sempre o mesmo. O formato é sempre o mesmo. A textura é sempre a mesma. E os fungos ali também estão quase sempre presentes. Mas os humanos, que escolhem cada dia o que comer e se aborrecem de comer todos os dias as mesmas comidas, não se dão conta do tormento do prato feito eternamente do mesmo jeito que oferecem aos seus animais eleitos para estima. Entretanto, com a comida garantida no prato, saborosa ou horrorosa, a fisiologia das fêmeas se transforma. Enquanto no ambiente natural a fêmea tem que sair à caça para obter alimentos, no ambiente de confinamento completo, reservado aos animais detidos na companhia dos humanos nos centros urbanos, o alimento é garantido. Isso induz o metabolismo das fêmeas a se preparar para se reproduzir ilimitadamente. Na natureza, a possibilidade de reprodução bem sucedida duas vezes por ano é remota. E, mesmo que a cadela ou a gata dessem à luz uma ninhada farta, poucos dos dez filhos sobreviveriam. Assim, na natureza não há explosão demográfica das populações animais usadas para estima, guarda ou companhia.

No quadro atual, a reprodução em série, fomentada especialmente pela comercialização de animais usados para estima, deu início aos problemas com os quais hoje o Estado e a sociedade se defrontam. Não adianta esconder a cabeça no balde. O problema é de monta. Uma solução igualmente poderosa precisa ser adotada. Com as ninhadas bem sucedidas, as fêmeas caninas e felinas colocam no mundo um número infinitamente maior do que seriam capazes de sustento. Quem as comprou como se fossem bonequinhas, sem se dar conta de que eram animais plenos em sua capacidade de deixar sobre o planeta milhares de registros de suas genéticas, acaba por eliminar da vida os filhotes, descartá-los ou abandoná-los. Aqui estamos. Este é o problema de hoje: abandono, negligência, maus-tratos e descarte de animais de espécies tidas como dignas de estima. Uma solução para o problema seria obrigar todos os que têm animais a se responsabilizarem por todos os animais que nascem de suas matrizes. Mas uma gata ou uma cadela podem dar cria duas vezes por ano, com lotes que podem variar de cinco a dez filhotes por vez. Se esses animais nascessem em ambientes naturais não sobreviveriam todos. Mas, nascidos em casas e apartamentos, têm sua segurança física garantida e tornam-se adultos sem passar por qualquer ameaça natural à vida, reproduzindo-se, por sua vez, com igual facilidade.

Em um ano, cada fêmea jovem pode ter sua própria ninhada, além da ninhada de sua mãe, e em dois anos o número já se tornou tão assombroso que não seria mais possível a pessoa alguma manter todos os animais em condições dignas em seu espaço domiciliar. Segundo a OMS, uma cadela pode responder pela reprodução de até 70 mil indivíduos durante o ciclo reprodutivo de sua vida. Multipliquemos esses 70 mil cães pelos bilhões de cães ao redor do planeta e veremos o quadro apocalíptico no qual hoje se encontra a capacidade reprodutiva desses animais e a impossibilidade de sustentar a todos, seja pelas pessoas que os compraram, seja pelas que os poderiam adotar. É preciso pensar no gasto com alimentação, alojamento e cuidados médicos.

Não educados para responder civilmente por todos os animais que levam para suas casas, os consumidores acostumados a comprar animais acabam por livrar-se do problema da superpopulação doméstica, descartando os pequenos filhotes ou abandonando seus progenitores quando adoecem ou envelhecem. O abandono de animais se deve, pois, a dois fatores: a falta de consciência sobre a natureza senciente dos animais, sobre sua capacidade de sofrer, e o desespero por não poder manter fisicamente tantos filhotes nascidos a cada ano em seu domicílio.

Se, por um lado, a educação continuada sobre a natureza emocional dos animais e as necessidades específicas de cada espécie de vida eleita para estima é a grande aliada do poder público para minimizar a reprodução dos animais mantidos em companhia dos humanos nos centros urbanos, por outro, a proibição de reproduzir animais com fins comerciais deveria ser a outra forma de conter os desdobramentos que levam ao descarte dos animais indesejados, como se fossem lixo. Quem precisa de um animal para estima pode adotar um dos milhões disponíveis. Animais não são objetos nem itens de consumo. São seres sencientes, iguais aos humanos no que diz respeito à capacidade de sentir dor e de sofrer e na necessidade de expressar plenamente seu espírito específico.

Abandonar os animais implica em causar-lhes dor, tormento, sofrimento e morte. Manter todos os animais, nascidos no âmbito domiciliar, implica em não ter espaço digno para os animais, não poder manter o ambiente limpo e arejado, não poder dar o alimento adequado e, finalmente, transformar a própria casa em um grande campo de concentração animal. Isso acontece com os colecionadores que começam a adotar um animal e seguem adotando todos os desvalidos, mesmo que não tenham condições financeiras para sustenta-los. Se o abandono não é solução, o acúmulo também não é. Nenhuma dessas formas resolve a questão. Criamos o problema quando transferimos os animais domesticados para companhia em animais forçados ao nosso domicílio com a finalidade de apenas estimá-los.

Há uma brutal diferença entre a companhia que um animal obtinha do seu “amo e senhor” no ambiente natural no qual ambos viviam, e a companhia que um animal pode obter hoje de alguém que sai para o trabalho de manhã e volta à noite, deixando o animal desacompanhado o dia todo e comida para que ele se distraia, já que não há absolutamente nada de interessante para o animal fazer, trancado na garagem, no quartinho, abandonado em um terreno ou trancado em sua casela.

Enquanto o abandono nas ruas ameaça fisicamente o animal, o confinamento o ameaça espiritualmente. Sem a companhia que há milênios o animal tinha do humano, e esse sem atividade física alguma que permitia ao animal mover-se e seguir se autoprovendo no ambiente natural em companhia do humano, o animal não-humano ganha a ração no prato e perde aos poucos seu espírito, atrofiando-se na monotonia de uma vida sem graça que só é agraciada com a volta do humano para a casa no final do expediente. Acumular animais sem condições territoriais de dar a eles espaço para buscarem seu bem próprio, o bem próprio de seu espírito, é fonte de tormento para os animais. Vemos isso todos os dias quando são mostradas as casas nas quais a pessoa chega a acumular centenas de animais. O estado de imundície no qual esses animais geralmente se encontram é indescritível e a qualidade dos alimentos ou da água, do espaço para se mover ou descansar não deixa por menos.

Desesperadas por não verem luz ao final do túnel, as protetoras ou socorristas recolhem e abrigam mais e mais animais. O sofrimento do animal maltratado e abandonado às ruas é real. Esse sofrimento não pode esperar anos até que algum político se sensibilize e encaminhe um projeto de lei para dar cabo à situação. O sofrimento dos animais abandonados precisa ser eliminado hoje. Mas as pessoas que prestam socorro a esses animais são sempre as mesmas e já não aguentam mais, nem física nem financeiramente, o custo de sua generosa ação.

Enquanto isso, os compradores de animais continuam a jogar fora os animais indesejáveis, pois não têm ideia de como provê-los, na medida em que eles continuam a oferecer ninhadas e ninhadas. Os irresponsáveis jogam fora os animais indesejáveis. As socorristas os recolhem sem ter condições de sustenta-los. Algo está errado e precisa ser corrigido. De forma ética.

Redefinição das políticas públicas relativas às populações que habitam as mesmas áreas humanas

Qualquer que seja a decisão tomada por nós em relação à contenção das populações de animais domesticados para estima, tal decisão recairá sobre os animais. Nenhuma opção será absolutamente justa, considerando-se a perspectiva deles. Mas, somando-se o sofrimento acumulado com a vida de milhões de animais maltratados ou descartados por quem de direito deveria protegê-los de todo mal físico e emocional, é preciso que sejam implantadas políticas públicas de contenção das populações, ao mesmo tempo em que é preciso continuar a educar sem parar os cidadãos para que possam entender que um animal não é uma massa corporal sem mente, sem emoções, sem consciência. Não importa qual solução será dada ao caso. Importa que, qualquer uma das possíveis deve levar em consideração o bem-estar e o bem próprio de todos os animais envolvidos na ação, daqueles que sofrerão os desdobramentos da decisão. Todas as discussões devem levar em conta o animal. Ele deve ser o fim, nunca o meio para que os interesses humanos sejam conciliados. Se o animal deve ser o alvo da política pública, essa política tem que considerar esse animal em sua plena existência física e mental.

Toda decisão deverá estar voltada para atender ao bem próprio do animal. Portanto, uma decisão sozinha não contemplará o leque de problemas postos hoje a todos os humanos que detêm animais para estima ou companhia em sua residência. Uma política pública ética leva em consideração que a solução do caso da superpopulação tem múltiplos nós que precisam ser desfeitos, desde os conceitos fomentados sobre a natureza dos animais até as práticas privadas e institucionais que colhem nas malhas nada éticas todos os animais eleitos para estima, companhia ou guarda. É preciso desmontar essa rede. Libertar os animais do tormento ao qual os condenamos nos últimos séculos. Redesenhar nossa relação com eles. Protegê-los de nossos impulsos possessivos. Interagir com eles com o mesmo respeito que hoje reconhecemos necessário na interação com os demais humanos.

Passamos os últimos quatrocentos anos acreditando que o que fazemos aos animais não interessa nem a eles nem aos demais humanos. Agora não há mais inocência. Tudo o que fazemos aos animais interessa a eles e a todos os humanos interessados na defesa dos direitos deles.

Responsabilidade na guarda de animais

Faz 14 mil anos que a humanidade domesticou os cães. Já os gatos fazem parte do nosso cotidiano há bem menos tempo: cerca de 3.600 anos. Ou seja, nossos antepassados escolheram, milhares de anos atrás, colocar esses companheiros no nosso dia a dia. E, quando tomaram essa decisão, assumiram uma responsabilidade herdada por todos nós: o zelo pelo bem-estar desses animais.

Na medida em que a humanidade progride, também deve progredir a forma como nos relacionamos com as outras espécies. Assim, se no passado a relação homem-animal era exclusivamente utilitária (cães deviam guardar a propriedade, enquanto os gatos mantinham os roedores distantes dos celeiros), hoje temos conhecimento suficiente para compreender que o convívio com um bicho de estimação é sobretudo um privilégio – como muitas pesquisas demonstram, a presença de um pet nos ajuda a ser mais felizes, a ter imunidade melhor e até a viver mais tempo.

Mas, para que essa relação seja harmoniosa para ambas as partes, algumas responsabilidades se impõem. E é para discutir, promover e divulgar essas responsabilidades que a ARCA Brasil foi criada em 1993. Desde então, a ARCA se dedica a projetos pioneiros de controle populacional e conscientização, à realização de Congressos e outros eventos e a uma série de ações que têm como objetivo fomentar a guarda responsável dos animais domésticos – além de trabalhos diversos nos campos da defesa dos animais silvestres e daqueles que são explorados pelas indústrias alimentícia, farmacêutica e de entretenimento. Ainda no campo da defesa dos pets, a ARCA Brasil inovou ao elaborar os Dez Mandamentos da Posse Responsável, material que baliza os bons procedimentos na guarda de animais de estimação e representa um marco importante na história da proteção animal no Brasil.

10 Mandamentos de Posse Responsável

01

Antes de adquirir um animal, considere que seu tempo médio de vida é de 12 anos. Pergunte à família se todos estão de acordo, se há recursos necessários para mantê-lo e verifique quem cuidará dele nas férias ou em feriados prolongados.

02

Adote animais de abrigos públicos e privados (vacinados e castrados), em vez de comprar por impulso.

03

Informe-se sobre as características e necessidades da espécie escolhida – tamanho, peculiaridades, espaço físico.

04

Mantenha o seu animal sempre dentro de casa, jamais solto na rua. Para os cães, passeios são fundamentais, mas apenas com coleira/guia e conduzido por quem possa contê-lo.

05

Cuide da saúde física do animal. Forneça abrigo, alimento, vacinas e leve-o regularmente ao veterinário. Dê banho, escove e exercite-o regularmente.

06

Zele pela saúde psicológica do animal. Dê atenção, carinho e ambiente adequado a ele.

07

Eduque o animal, se necessário, por meio de adestramento, mas respeite suas características.

08 Recolha e jogue os dejetos (cocô) em local apropriado.

09 Identifique o animal com plaqueta e registre-o no Centro de Controle de Zoonoses ou similar, informando-se sobre a legislação do local. Também é recomendável uma identificação permanente (microchip ou tatuagem).

10Evite as crias indesejadas de cães e gatos. Castre os machos e fêmeas. A castração é a única medida definitiva no controle da procriação e não tem contra-indicações.

Melhoria nas práticas de criação significa o aprimoramento do bem-estar animal

Você sabia que...

A cada ano, 65 bilhões de animais são criados em todo o mundo para nos fornecerem carnes, ovos e leites? Muitos deles vivem em sistemas intensivos com baixos níveis de bem-estar, em condições que vão contra a sua natureza. Apesar de todo esse cenário, a produção intensiva continua crescendo progressivamente.

Com melhores práticas de produção e de criação, poderemos dar um fim ao sofrimento dos animais.

Você sabia que...

Os animais podem ser criados de maneira humanitária e rentável, proporcionando ganhos econômicos aos seus criadores?

Um número cada vez maior de pessoas em todo o mundo está dizendo não para produtos provenientes dos modelos de criação intensivos. Não nos causa surpresa o fato de os sistemas de padronização e certificação em bem-estar animal através de selos, que permitem a criação dos animais em melhores condições, estarem sendo desenvolvidos em resposta à demanda dos consumidores.

A Korin, uma empresa brasileira pioneira em seu segmento, vem demonstrando como políticas voltadas ao aprimoramento do bem-estar animal podem melhorar tanto a qualidade da carne de frangos, quanto revolucionar os métodos de produção de ovos. Tais políticas, não apenas melhoram as condições de vida de milhões de frangos, mas também encorajam seus criadores a adotarem novas práticas, o que já vem sendo observado com o aumento acelerado da procura por produtos destituídos de antibióticos e aditivos químicos.

Valores socioambientais fazem parte da filosofia da Korin desde a sua fundação em 1994. A empresa emprega 250 pessoas em seu centro de operações, no município de Ipeúna, no estado de São Paulo, e orgulha-se de empregá-las por meio de contratos formalizados de maneira tão justa, quanto segura. Seus produtos são comercializados em mais de 1.400 pontos de venda, incluindo a Wal-Mart e o Pão de Açúcar.

Cuidados com os frangos: A Korin cria as suas aves visando à obtenção de uma carne natural e orgânica, típica dos animais criados soltos, permitindo o acesso à áreas de pastejo ao ar livre e proporcionando a eles, um espaço maior do que o dado aos animais criados segundo métodos de produção convencionais. Os ovos são produzidos de acordo com métodos que dispensam gaiolas, ao contrário das galinhas criadas de forma convencional, em que cada animal fica confinado a um espaço mínimo – às vezes, até menor do que o de uma folha de papel. As galinhas poedeiras da Korin podem se empoleirar e fazer ninho em aviários construídos em galpões que permitem aos animais ciscar, andar e se empoleirar. Fontes locais: A maior parte dos grãos e da soja utilizados na alimentação das aves é produzida por lavradores locais e processada regionalmente, graças aos investimentos da empresa na criação de um centro de armazenagem a seco de milho e do trabalho desenvolvido em parceria com outra empresa local para o processamento dos grãos de soja. Antes, os grãos eram obtidos no mercado convencional, exigindo altos custos com transporte.

Método de trabalho: os criadores de frangos ou galinhas que trabalham para a Korin formalizam contratos mais compensatórios com a empresa, ganhando mais por ave do que ganhariam se adotassem métodos de criação convencionais. Já os produtores de alimento para as aves fecham seus contratos no início da estação, o que lhes permite planejar o futuro e reinvestir em políticas, visando a aplacar o impacto ambiental de sua produção.

Proteção ao meio ambiente: Uma característica-chave do sistema de produção da Korin é a preocupação da empresa com o impacto que esta produção terá sobre o meio ambiente. A empresa incentiva os criadores a reduzirem o uso de fertilizantes químicos e os substituírem pelos fertilizantes biológicos. O esterco produzido pelas aves poedeiras e de abate da Korin é usado como fertilizante na produção vegetal, o que diferencia a empresa daquelas que optam por métodos convencionais de criação industrial, que despejam em um solo já fragilizado grandes quantidades de esterco tóxico.

Com a sua ajuda, podemos fazer com que os líderes mundiais entendam e apóiem o aprimoramento das atuais políticas de criação de animais. Os animais não podem mais esperar.

Fontes:

http://www.anda.jor.br/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bem-estar_animal

http://vista-se.com.br/redesocial/

http://www.pensataanimal.net/

www.svb.org.br/

http://bemestaranimalcg.blogspot.com.br/2013/09/curso-de-capacitacao-com-tematica-bem.html

http://www.segundasemcarne.com.br/2013/12/20/infografico-mostra-grande-impacto-positivo-da-merenda-vegetariana-em-sao-paulo/

http://www.wspabrasil.org/

http://www.arcabrasil.org.br/

http://bemestaranimal.iepec.com/