reconhecer-se: cuba_brasil (2003/2013)

As 66 fotografias que compõem “Reconhecer-se: Cuba-Brasil – capturadas pelas lentes das câmeras tanto analógicas quanto digitais de Élcio Miazaki – e a instalação, expõem como são próximas as realidades de cubanos e brasileiros, que podem, a principio, parecer muito diferentes e distantes, mas que possuem muitas similaridades.

Os registros foram feitos ao longo de três viagens realizadas por Miazaki: São Luis (Maranhão), em 2003 e Havana (Cuba) e Belém (Pará), em 2008. Segundo o curador Carlos Zibel Costa, “o trabalho proposto por Miazaki reconhece os laços históricos e antropológicos, que conduzem a uma reflexão sobre as sociedades brasileira e cubana. O seu registro particular das cidades de Havana, Belém e São Luis do Maranhão visa estimular no público a percepção dos traços que as une e ao mesmo tempo as individualiza”.

Repressão

A principal dificuldade de Miazaki em terras cubanas vinha das autoridades policiais. “No início, foi um pouco tenso fotografar em Cuba devido à forte marcação de oficiais (exército e seguranças). Não tinha medo de ter a câmera tomada por um cidadão qualquer, mas sim por um policial. A polícia ficava próxima quando percebia que eu estava perto dos cubanos, principalmente quando eram trocadas palavras. O sentimento foi de vigilância o tempo todo”.

Por fim, o curador Carlos Zibel Costa completa: “o trabalho em fotografia que Miazaki apresenta se desenvolve por meio da criação de experiências sensoriais instigantes, apoiadas em estruturas sutis que propõem uma vivência interior ao evento sem estar aí incluído fisicamente”.

Olhar

Dentre os registros, alguns são destacas pelo fotógrafo, como a imagem de um muro, clicado em Havana, pintado com a inscrição “...La moral de la Revolución está tan alta como las estrellas. Fidel”, reforçando a intensa propaganda política na cidade. Também fotografada em Havana, há a imagem de um grupo de estudantes uniformizadas, descendo de mãos dadas as escadas da escola. “Em Cuba me chamou a atenção o fato dos estudantes andarem em grupos, muitas vezes de braços ou mãos dadas. Acho essa atitude um tanto rara por aqui no nosso país”, explica Miazaki.

Já entre os trabalhos realizados no Brasil, também há o registro de um grupo de estudantes uniformizados, dessa vez capturado em Belém, que dialoga com a foto tirada em Havana. Miazaki explica que “a foto dos três adolescentes feita aqui no Brasil me remete a Cuba pelo tempo de conversa que houve entre eles e a demonstração de afeto, além dos uniformes”.

Dentre os trabalhos expostos, apenas uma foto traz um personagem que sabia que estava sendo fotografado. “Geralmente fotografo sem ser observado, mas nesse caso, enquanto esperava a chuva passar, um senhor começou a trocar palavras comigo. Depois perguntei se eu poderia fotografá-lo e logo respondeu que sim. Ao vê-lo se ajeitando e estufando o peito, concluí que ele era a síntese do sentimento de orgulho de muitos cubanos”.

2016

Museu Histórico e Pedagógico "Padre Manoel da Nóbrega". São Manuel - SP

2015

Conversa no Polyedro. Ribeirão Preto - SP

2014/2013

Instituto Cervantes - São Paulo - SP

Centro de Cultura Patrícia Galvão - Santos - SP/ 2014

Curadoria: Carlos Zibel

Patrocínio:

São Manoel

Apoio institucional:

Instituto Cervantes São Paulo e Prefeitura de Santos

Realização:

Coopcult Cooperativa de Produção de Arte e Cultura

Projeto realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo. Secretaria da Cultura. Programa de Ação Cultural 2012

exposição fotográfica e instalação

dimensões variadas

2013