Obra realizada
Pequena introdução
O propósito da Comissão, dotar a freguesia com os bens públicos que existiam nas comunidades do século XX, enquadrava-se em duas componentes:
As autarquias e a população - qualquer uma delas a braços com as suas próprias dificuldades.
As autarquias, por falta de meios, viviam um imobilismo que as incapacitava para as obras que o Piódão precisava, resultados da política nacional.
A população, os piodenses, apesar de toda a falta de estruturas e apoio, Conseguia organizar-se para necessidades primárias de construção de habitações, caminhos, fornos, moinhos, fontenários, pontões e outras. Faltou a alavanca para que a mesma força chegasse às necessidades coletivas do mundo moderno.
O estado destas duas componentes viria a ter os seus reflexos na comissão que representava uma tentativa de ultrapassar as dificuldades de uma e outra, mas tendo forçosamente de contar com ambas.
Obra mais antiga
Casa do Povo
Ou Casa da comissão. Trata-se de um edifício de 2 pisos, construído à Fonte Castanheiro e, segundo consta, inaugurado em Junho de 1956.
De realçar o trabalho de toda a população. Gente de todas as idades, incluindo as crianças da escola, colaboraram neste trabalho.
O mesmo edíficio ainda alberga hoje em dia:
Posto Médico (1º Piso)
Inaugurado a 2 de Dezembro de 1956, chegou a ser a designado como "Centro de Assistência Social do Piódão" com estatutos próprios e subsidiado pela Direcção Geral de Assistência.
No entanto este centro veio a ser extinto em 1973 e o espaço foi alugado à Casa do Povo de Côja, a 21 de Outubro do mesmo ano.
De salientar as obras de remodelação e modernização efectuadas em 2011.
Residência do(a) Professor(a) Oficial (2º Piso)
Para tentar minimizar as dificuldades naturais de instalação e/ou adaptação que as condições geográficas e climatéricas impunham, e consequente isolamento, para os quais nenhum professor habituado ao progresso estava preparado, a Comissão pensou, desde o início, em destinar uma parte da sua casa ao Professor ou à Professora que se instalasse, durante o ano lectivo, no Piódão.
Inicialmente este espaço foi cedido sem qualquer contrapartida. No entanto, a partir de 1973 começou a discutir-se a hipótese de se lançar uma renda simbólica para esta residência, como forma de comparticipação na conservação e preservação do edifício, que no fundo é um bem comum e do povo.
Salão da Comissão (2º Piso)
Numa outra divisão do 2º piso foram instalados os serviços da Junta de Freguesia, Regedoria, Posto do Registo Civil, Delegação da Colectividade e ainda Telescola. É evidente que esta solução não foi só provisória mas também anacrónica.
Estrada
A Era dos caminhos-de-ferro e das estradas de automóveis, deixaram intocável a zona do Piódão.
Os piodenses, sobre os quais caía o isolamento, iam por si próprios arranjando os caminhos que diariamente calcorreavam pela serra, em direção a Pomares, Avô, Aldeia das Dez ou, acompanhando a ribeira, em direção a Vide.
Bastante tarde tiveram condições e sentiram forças para rasgar uma estrada com as próprias mãos - o ramal da Verdumeira.
Em 1951 tinha sido aprovada uma estrada florestal de 35 km, Senhora das Necessidades – Piódão – Vide.
Em breve começaram os trabalhos, mas muito tempo os piodenses tiveram de esperar por essa obra. Só na década de 60 chegou ao limite do Piódão.
Podendo considerar-se uma boa estrada, a volta que deu pelo Colcorinho, Cabeço barroqueiro e Panca, aumentou-lhe desnecessariamente a distância que desencorajava a sua utilização.
O investimento teria sido mais proveitoso pelas Portas do Inferno, aproveitando o troço então feito pelos piodenses até ao Outeiro da Pocabreiro/Verdumeira.
O ramal de 1975, no Cabeço do Covão (Salgadeira), rectificativo da passagem pela Manjaneira, foi da inteira responsabilidade da Coletividade.
Telefone
O telefone no Piódão, cujos encargos a população teria de suportar directamente, foi o verdadeiro detonador para alicerçar fortemente a Coletividade.
Foi uma festa para a rapaziada quando viu aparecer o cabo. Todos, pequenos e grandes, foram ajudar a puxá-lo, desde o Malhadinho, pelo Curral das Sobreiras e Tapadinho.
A 5 de Setembro de 1954 foi inaugurado o primeiro telefone no Piódão, o Posto Público.
Eletricidade
O processo de electrificação do Piódão só começou a formar corpo em 1973.
A 17 de Março de 1974 foi planeada com o Presidente da Câmara uma audiência conjunta com o Ministro das Obras Públicas e Comunicações para a eletrificação e saneamento básico do Piódão.
Nova Era se aproximava para os Portugueses, sobre o horizonte pairava a aurora do 25 de Abril.
Algum tempo iria, entretanto demorar a eletrificação, visto que a proposta da Academia Nacional de Belas Artes era no sentido do Piódão ser considerado “aldeia turística de utilidade pública”.
O nome começou a soar aos ouvidos das gentes. A conservação e defesa das suas características típicas, eram palavras de ordem já ameaçadas pelo progresso, devido à ordem tardia a que chegavam.
Em 1976 foram instalados os primeiros contadores e tudo se preparou para receber a energia elétrica. No entanto, só em 1978 chegou a iluminação ao Piódão.
Outras obras
O abastecimento de água a fontes públicas foi subsidiado pela Comissão.
Fontenários, pontes e outras obras urgentes das populações da freguesia estavam inscritas nas folhas de despesa da Coletividade.
Obra mais recente
Aldeamento turístico
A construção da estrada de acesso à aldeia, concluída em 1970, conseguiu por fim a grande parte do isolamento vivido até então. Por conseguinte a afluência de visitantes era cada vez maior.
Perante isto, houve a necessidade de elaborar um projeto de forma a que os turistas pudessem desfrutar da beleza e tranquilidade que o Piódão proporciona.
Foi então construído o projeto Casas da Aldeia, não deixando escapar as características típicas das habitações da região.
Represa / Piscina
[texto em construção]